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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Os eco-chatos por Christian Goldschmidt

Os eco-chatos 
Marina Silva e Fernando Gabeira estiveram na segunda-feira passada em Porto Alegre palestrando no Fronteiras do Pensamento. Interessante constatar que aqueles que lá estavam, formando a plateia do salão de atos da ufrgs, todos ávidos por ouvir a "crème de la crème" do movimento ambientalista nacional, sequer se manifestam a respeito dos trágicos acontecimentos que assombram a capital gaúcha.
Nitidamente uma plateia formada por ouvintes (que podem pagar os quase mil reais pelo passaporte que lhes dá direito ao ciclo de conferências que acontece ao longo do ano) cujo objetivo maior é mostrar o quanto estão ou são "IN" na "high society" porto-alegrense.
Poucos dos ali presentes estavam ou estão verdadeiramente preocupados com as questões ecológicas e com os rumos da sociedade. Lara Lutzenberger, presidente da Fundação Gaia, como de costume, linda, loira e de olhos azuis, saiu bem nas fotos, mas foge dos debates sempre que procurada pela imprensa para opinar sobre assuntos polêmicos que afetam nosso cotidiano, nossas vidas e o futuro da cidade.
Foi assim em anos anteriores quando discutiam-se os impactos do aumento da silvicultura no RS e da respectiva expansão da indústria de celulose sediada em Guaíba (para ficar em só um exemplo), empresa à qual está diretamente ligada, e da qual recebe alguns milhões de reais anualmente em prestação de serviços por meio de sua empresa, a Vida Produtos e Serviços em Desenvolvimento Ecológico.
Não questiono a validade e o efeito positivo dos serviços prestados pela Vida, empresa criada pelo saudoso Lutzenberger. Só penso que essa parceria de sucesso não deveria mantê-la em silêncio sempre que se discutem os impactos da silvicutura e da produção de celulose em nosso estado.
Agora cala-se novamente sobre a derrubada das árvores na cidade. Como herdeira de um legado de defesa do meio ambiente, significativo e reconhecido internacionalmente, sua manifestação deveria ser voluntária, espontânea e sobretudo combativa. Deveria atuar na linha de frente com as demais ONGs cujo papel têm sido fundamental na história contemporânea. Lara deveria fazer valer o peso do sobrenome que carrega, sair pra rua, escrever artigos, procurar a imprensa como fazia seu pai, manifestar-se publicamente, mesmo correndo o risco de ser chamada de louca.
Afinal, foi por sua loucura que Lutzenberger passou a ser uma das figuras mais respeitadas do Estado (e do mundo). E é ela quem hoje representa a instituição por ele criada. Quando a questão é polêmica, Lara entra em cena muda e sai calada. Talvez mude de postura depois dessa crítica, já feita pessoalmente, e agora tornada pública. Pra finalizar, mais uma consideração. Talvez a mais importante.
O debate público, as discussões sobre a questão ambiental são fundamentais para a formação de uma consciência crítica, como mostraram Marina e Gabeira em sua conferência - obviamente àqueles que realmente prestaram atenção em suas falas - mas essa "tomada de consciência" de nada vale se não servir para transformar argumentos e teorizações em ações práticas que contribuam para inverter os valores distorcidos e, infelizmente, vigentes, principalmente no cenário político local.
E como diz aquele velho ditado, cuja autoria não me recordo, "canta tua aldeia, e cantarás o mundo!"
Me corrijam, caso necessário!
Por Christian Goldschmidt

A falsa polêmica sobre o corte das árvores no Gasômetro

 Vereador Marcelo Sgarbossa (PT) na tribuna da Câmara
foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA
A falsa polêmica sobre o corte das árvores no Gasômetro
No dia em que a Capital amanheceu cinza e chuvosa, a prefeitura aproveitou a madrugada para retirar os manifestantes acampados no Gasômetro e retomar o corte de árvores para as obras de duplicação da avenida Beira Rio. Na tarde desta quarta-feira (29/5), o vereador Marcelo Sgarbossa (PT) subiu à tribuna para manifestar a posição do coletivo sobre a falsa polêmica que foi criada. “Teve jornal que escreveu que era ‘a obra ou elas’. Como se houvesse um impasse entre as árvores e o progresso. O que não é verdade! O debate não é esse.”
Marcelo ressaltou que a questão central é sobre o projeto de cidade que queremos. Lembrou que, no passado, muita gente dizia que o Mercado Público e a própria Usina do Gasômetro impediam o progresso da Capital. “E hoje vemos que isso não era verdade, pois os dois prédios continuam no mesmo lugar”.
Segundo ele, diversas cidades do mundo perceberam que estavam erradas e voltaram atrás. “Já mostrei imagens aqui de Seul (Coreia do Sul), Nova Iorque e Boston (EUA), onde as auto-estradas que passavam dentro das cidades foram destruídas para abrir espaços de convivência para as pessoas”.
Na ordem de reintegração de posse, apresentada na noite desta terça-feira (28/5), a juíza alegava que a obra facilitaria a mobilidade urbana. “Não há uma manifestação técnica. A própria Justiça não entrou no mérito sobre a necessidade da obra, apenas autorizando o corte”, esclareceu. “Mesmo achando que é justificável a posição de muitas pessoas, de minha parte, não há fundamentalismo quanto à manutenção das árvores. O que acontece é que a duplicação de vias não resolve os problemas de mobilidade”.

As árvores, a lei e as margens do progresso

As árvores, a lei e as margens do progresso
Por Carlos Gerbase
Juízes cumprem a lei, mas antes a interpretam. Fernando Carlos Tomasi Diniz, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, na tarde de terça-feira, 28 de maio de 2013, cumpriu a lei, ao permitir que a prefeitura cortasse várias árvores na avenida Edvaldo Pereira Paiva para alargar o seu leito e permitir a passagem de mais carros. Havia uma lei anterior, que reservava o espaço onde estavam as árvores para outra finalidade. O juiz Diniz, frente a duas leis conflitantes, decidiu por uma delas, e certamente optou pela lei que estava valendo (ou valendo mais) naquele momento. Outro juiz, quem sabe, poderia decidir diferente, mas agora as árvores já estão cortadas.
 Por conta da decisão do juiz Diniz, 21 homens e 6 mulheres foram detidos. Eles estavam tentando impedir que as árvores fossem cortadas, pois tinham uma interpretação diferente das leis. A interpretação que vale, obviamente, é a do juiz, que às 4h40min da madrugada estava dormindo confortavelmente em sua casa, enquanto 27 pessoas estavam em barracas que formavam um cinturão de segurança para as árvores. Como elas resistiram às motosserras e, segundo os policiais, desacataram as forças da ordem, foram presas. Estavam agindo contra a lei.
Michael Foucault ensina que, nesse tipo de embate, o poder (nesse caso, o juiz e a prefeitura, agindo juntos) sempre vencem. Não adianta espernear, escrever, protestar, xingar, desobedecer, desacatar. A lei, se permite algum tipo de interpretação entre os motivos da árvore e os motivos da motosserra, estará sempre do mesmo lado. O que fazer? Só tem jeito: mudar a lei.
Precisamos de um novo estatuto para o meio ambiente, que o torne prioridade para a saúde e para o bem-estar dos cidadãos, em vez de empecilho para um suposto progresso. Precisamos de uma emenda constitucional curta e grossa (e que todo mundo entenda) que faça das árvores, dos rios e do ar bens acima de interpretações parecidas com a do juiz Diniz.
“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem”, dizia Brecht.  As margens do progresso estão cada vez mais opressoras, e a tendência do rio é se tornar mais e mais violento. Ou a lei muda,  alargando as margens, ou a violência vai aumentar também.
O poder público sabe disso, tanto que foi cortar as árvores de madrugada. Não foi o juiz Diniz que determinou esse horário. A prefeitura e as forças da ordem não queriam confronto, muito menos violência. Tinham medo de quê? Daquelas 60 pessoas nas barracas? Duvido. Tinham medo que, à luz do dia, aquelas 60 se transformassem em 600, ou em 6 mil. E aí, meus amigos, o rio transbordaria, arrastando consigo a lei, a ordem e a as motosserras. O conflito da madrugada de 29 de maio de 2013 foi pequeno e curto. Menos de uma hora. Mas não pensem que ele acabou.
Meu respeito, minha admiração e minha solidariedade às 27 pessoas detidas. Fora da lei, elas cumpriram um papel histórico. Cabe à sociedade, como um todo, lutar por uma lei que as faça heróis, em vez de bandidos. Nietzsche alertou que os grandes momentos das nossas vidas são aqueles em que temos coragem para rebatizar nosso lado “mau” (no caso, as pessoas presas, algemadas, arrastadas para uma delegacia como criminosos) de nosso lado melhor. Está na hora. Temos que fazer isso democraticamente, respeitando o estado de direito. Mas rápido. Ou o rio vai transbordar.
Fonte: Prana Filmes

Operação prende manifestantes e começa a derrubar árvores no Gasômetro

Operação prende manifestantes e começa a derrubar árvores no Gasômetro
Por Samir Oliveira, Iuri Müller, Ramiro Furquim e Igor Natusch 
Na madrugada desta quarta-feira (29), a prefeitura municipal de Porto Alegre e a Brigada Militar do Rio Grande do Sul deram início à operação para derrubar as árvores próximas à Usina do Gasômetro e desmontar o acampamento em que manifestantes resistiam à medida, localizado ao lado da Câmara Municipal.
Pelo menos 27 pessoas foram presas e conduzidas para a sede do 9º Batalhão de Polícia da Brigada Militar, localizado em frente ao Mercado Público, no Largo Glênio Peres.
A operação começou entre as 3h e as 4h desta madrugada
Enquanto a polícia se dirigia ao acampamento, a EPTC realizava a interdição de todas as vias que davam acesso ao trecho onde estavam as mais de 100 árvores a serem cortadas.
Na noite de ontem (29), os manifestantes foram surpreendidos por uma ordem judicial que previa a reintegração de posse do acampamento para reiniciar as obras de duplicação da via – ordem retirada pela própria Prefeitura poucas horas depois.
O poder municipal havia alegado que buscaria outra solução para o impasse.
No entanto, na madrugada desta quarta-feira, por volta das 3h, a operação teve início na Avenida Beira-Rio e pôs fim à resistência que os acampados mantinham há mais de quarenta dias.
Leia mais:

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Arqueólogos descobrem esferas metálicas em templo no México

Arqueólogos descobrem esferas metálicas em templo no México
Arqueólogos que estudam o sítio arqueológico mexicano de Teotihuacán descobriram uma grande quantidade de esferas metálicas em uma câmara subterrânea localizada abaixo do Templo de Kukulcán (ou “Serpente Emplumada” na língua maia). A descoberta, anunciada pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah) do México no final de abril, faz parte de um trabalho de investigação das estruturas internas da pirâmide, possibilitado através do uso de um robô.
As esferas encontradas possuem de 4 a 12 centímetros e são a partir de um núcleo de argila envolto em pirita, um mineral que, ao longo do tempo, oxidou e se transformou em jarosita. As pequenas orbes, que estavam em uma das câmaras recentemente descobertas do Tempo de Kukulcán, foram descritas pela equipe arqueológica como um achado inédito. Elas provavelmente eram usadas como uma espécie de oferenda, mas caberá à investigação arqueológica descobrir o significado envolto nestes artefatos.
A equipe do Inah está adentrando o interior de Kukulcán com a ajuda do Tláloc II-TC, um robô explorador. Com ele, descobriu-se em um túnel subterrâneo a existência de três novas câmaras onde antes de imaginava que houvesse somente uma. “Agora que sabemos que se trata de três câmaras, o passo seguinte é tomar as medidas pertinentes para a remoção dos sedimentos e dos materiais dispostos pelos habitantes de Teotihuacán para bloquear esta última parte do túnel”, disse em um comunicado o arqueólogo Sergio Gómez Chávez.
Fonte: Terra

EUA estão decididos a enviar astronautas a Marte em 20 anos

EUA estão decididos a enviar astronautas a Marte em 20 anos
Os Estados Unidos mantêm seu compromisso de enviar astronautas a Marte na década de 2030 e todo o programa de exploração da Nasa se dirige a este objetivo, disse o chefe da agência espacial americana, Charles Bolden.
“Um voo tripulado a Marte é agora o destino final da humanidade em nosso sistema solar e a prioridade da Nasa”, disse durante a abertura de uma conferência de três dias em Washington dedicada à conquista do planeta vermelho.
“Todo o nosso programa de exploração espacial está alinhado para apoiar este objetivo”, acrescentou.
O presidente americano, Barack Obama, enviou recentemente ao Congresso um orçamento de US$ 17,7 bilhões para a Nasa em 2014, menor que no ano anterior. Mas apesar das restrições alfandegárias atuais, o governo de Obama “segue comprometido com uma estratégia coordenada e uma exploração dinâmica de Marte para que os Estados Unidos sigam desempenhando um papel dominante na exploração do planeta vermelho”, insistiu Bolden, ex-comandante do ônibus espacial.
A pesquisa na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), onde seis astronautas vivem seis meses seguidos no ano, já tem como foco a preparação de missões de longa duração a um asteroide e a Marte, através do estudo dos efeitos da microgravidade no corpo humano e da realização de testes em tecnologias necessárias para estas viagens, disse.
Dois astronautas, um americano e um russo, devem passar um ano na plataforma orbital em 2015, o que corresponderia à duração de uma missão a Marte.
A Nasa planeja enviar astronautas em 2025 a um pequeno asteroide, a fim de colocá-lo em órbita ao redor da Lua. Esta missão permitirá “o desenvolvimento de tecnologias e capacidades exigidas para as missões tripuladas a Marte”, disse Bolden, citando melhores sistemas de sobrevivência e propulsão.
“A Nasa não tem atualmente a capacidade tecnológica para enviar seres humanos a Marte, mas acredito que estamos no caminho que nos levará lá na década de 2030?, afirmou o chefe da Nasa, negando-se a comentar projetos privados que têm por objetivo ir ao planeta vermelho muito antes.
Fonte: Terra

As commodities, a fome e cinco milhões de crianças pobres

As commodities, a fome e cinco milhões de crianças pobres
Por Silvana Melo
Já tem os dedos adestrados na separação do lixo. Uma seleção que não é feita pelo que enche as bolsas de sobras de alimentos, vidros e pilhas descarregadas. Na bolsa ao lado, o cachorro teve a vantagem: encontrou um valioso pedaço de carne cozida. Ganindo baixinho, colocou o rabo entre as pernas e dobrou a esquina com o assado na boca.
Com o destino de andar recolhendo bocados para a mesa do dia, não tem tempo para ficar atualizado e ficar sabendo que no país há entre 2.200.000 e 11.000.000 de pobres, segundo estatísticas do Indec ou da Universidade Católica Argentina. Para ele, as coisas estão claras: na padaria, um quilo de pão vale 15 pesos. Na rua, com um pouco de sorte, pode disputar com algumas pombas alguns biscoitos gordurosos da semana passada.
Quase 2 milhões de pessoas costumam sentir fome e não ter o alimento a mão. Quatro em cada dez crianças e adolescentes vivem na pobreza na Argentina. São quase 5 milhões; 800 mil (9,5%) são indigentes. Têm fome ou comem muito mal. Estão subnutridos, barrigudos, sem ferro, descalcificados e morrem de mortes que poderiam ser evitadas. E estes são números da UCA. Para o Indec, a fome está erradicada, como o desemprego no Chaco ou a pobreza em La Rioja.
Deve ser por isso que na capital e na zona metropolitana são jogadas no lixo 670 toneladas de alimentos reutilizáveis. Ou a fome se acabou e em vez de qualquer outra coisa jogam no lixo 1.675.000 pratos de comida (La Nación fez as contas!) ou a fábrica da iniquidade conseguiu seu produto mais sofisticado e perfeito: 5% da população com fome e no Ceamse, toneladas de comida jogadas no aterro sanitário para deleite de gaivotas e vermes. Poucas vezes foi tão contundente e bem sucedida uma alegoria da injustiça.
A Instituição de Engenheiros Mecânicos de Londres assegura que a metade das 4 bilhões de toneladas de alimentos produzidos anualmente no globo nunca chegam a ser consumidos. Enquanto que quase 1 bilhão de pessoas dispersas na África, na Ásia e na América Latina sofrem fome e morrem de enfermidades causadas pela fome e desnutrição; há várias centenas de milhões ‘indigestados’, que comem tanto ao ponto de não aguentar mais e jogar no lixo a metade da comida do prato. No Reino Unido, 3 de cada 10 hortaliças nem sequer são colhidas porque sua estética não corresponde ao que o consumidor deseja comprar na feira. Cenoura torcida fica na terra.
Na Argentina, as frutas e verduras são vendidas antes de ser colhidas. OS excedentes costumam ser cargas indesejáveis para os produtores que não têm caminhões; nem combustível; nem possibilidade de distribuí-las; nem dinheiro para manter câmaras frigoríficas. Então, são jogadas às margens dos caminhos. Como os produtores de maçã, que jogam fora as maçãs em protesto ao baixíssimo preço de mercado. Ou os produtores de leite, que o derramam para protestar contra Mastellone, um ‘faraó’ à custa de sua miséria.
Costumam enumerar dezenas de razões. Uma lei de 2004, sobre responsabilidade civil, deixa sem respaldo aos empresários que doam. Um intoxicado, um julgamento. É preferível o lixo. Os hipermercados jogam no Ceamse toneladas de iogurtes devido a defeitos na embalagem, data de vencimento próxima. Milhares de privilegiados que conseguiram superar barreiras policiais, pedágios levaram o que puderam para comer ou vender.
Os restaurantes fazem comida demais, os produtos que têm pouca aceitação no mercado, os da estação e os excedentes também têm destino nos aterros sanitários. Isso se explica a partir de razões culturais, produtivas e burocráticas. Porém, há uma configuração sistêmica que determina quem come e quem não come. Quem passa fome e quem não passa. Quem viverá no céu e quem viverá no inferno.
Quem se salvará e quem não se salvará
Por isso, a ONU e sua brigada antifome, a FAO, decidiram que o melhor para que os pobres não morram de fome descaradamente é que comam insetos. De fato, em alguns países da África, da Ásia e da América Latina os desesperados do mundo já se alimentam de besouros, formigas, abelhas, vespas; lagartas e grilos; larvas e mariposas. Todos com "um alto valor nutritivo”. E "contêm tantas proteínas quanto a carne ou o pescado”.
Na África central, em Camarões, em Moçambique, nos dois Congos e na Zâmbia –diz o relatório quase orgulhosamente- as pessoas praticam a entomofagia; ou seja, comem milhares de toneladas de insetos por ano porque não têm acesso à carne e nem ao pescado; nem a uma sobremesa de creme e chocolate, que abre a portinha da felicidade à língua e à alma.
A quem importa o sabor das carnes tenras, a cor do açafrão, o desfrute do perfume de um pêssego ou uma geleia de frutas no pão do dia. Se comer besouros nutre, esse será o prato. Quem rechace larvas e grilos não será um faminto. O suíço Jean Ziegler, no próprio ‘estômago’ da ONU, decide que "vivemos uma ordem canibal no mundo. O mercado alimentício está controlado por uma dezena de sociedades multinacionais imensamente poderosas. Controlam 85% do milho, do arroz, do azeite e fixam seu preço”. Então, "esses amos do mundo decidem diariamente quem vai morrer de fome e quem vai viver”.
A agricultura do globo produz para alimentar 12 bilhões de pessoas. Dos 7 bilhões de habitantes, 1 bilhão passa fome. A Argentina produz para alimentar 400 milhões de pessoas. Quase 5 milhões de suas crianças são pobres. Um bebê de um ano e meio morreu na terça-feira em La Rioja por desnutrição aguda; é uma criança assassinada pelo capitalismo financeiro argentino e mundial.
Assassinado por um golpe de soja. Por um balaço de commodities na Bolsa de Valores.
Fonte: Agência ADITAL

Estudo prevê empreendimentos comerciais na Lua em 2020

Estudo prevê empreendimentos comerciais na Lua em 2020
Pesquisadores de várias empresas podem estar vivendo na Lua quando astronautas da agência espacial americana (Nasa) partirem para visitar um asteroide na década de 2020, aponta um novo estudo sobre futuras missões espaciais tripuladas.
A pesquisa feita pela empresa de tecnologia espacial Bigelow Aerospace foi encomendada pela Nasa e mostra “bastante empolgação e interesse de várias empresas” nesses empreendimentos, disse Robert Bigelow, fundador e presidente da companhia, que tem sede em Las Vegas.
Para fazer o estudo da Nasa, a Bigelow Aerospace analisou cerca de 20 empresas, agências espaciais estrangeiras e organizações de pesquisa. A gama de projetos vai desde pesquisas farmacêuticas na órbita da Terra até missões na superfície da Lua, informou Bigelow em teleconferência, citando um esboço do estudo, que será lançado dentro de algumas semanas.
A Nasa também pretende continuar o programa da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), com visitas de astronautas a um asteroide em 2025, e a Marte cerca de uma década mais tarde.
O orçamento proposto pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para o ano fiscal que começa em 1º de outubro é de US$ 105 milhões (R$ 215 milhões) para a Nasa começar a trabalhar na missão de encontrar um pequeno asteroide e reposicioná-lo ao redor da Lua, na intenção de uma futura visita de astronautas.
Mas empresas privadas, como a Bigelow Aerospace, têm mais interesse na própria Lua, disse Bigelow a repórteres durante a teleconferência. O fundador da empresa também não fez segredo sobre sua ambição de adquirir, alugar e operar habitats espaciais infláveis na órbita da Terra e na Lua.
O chefe de operações espaciais da Nasa, William Gerstenmaier, revelou na mesma conferência que “é importante saber que há algum interesse em atividades na Lua e na superfície lunar”.
“Podemos tirar proveito do que o setor privado está fazendo” em áreas como transporte espacial, sistemas de suporte à vida e outras tecnologias necessárias para uma viagem além da órbita da ISS, a 400 km, acrescentou.
Fonte: G1