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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Qual legado deixaremos para o futuro?

Qual legado deixaremos para o futuro?

A pergunta é pertinente dado ao fato de que nas últimas horas presenciamos a ignominia humana prevalecendo, frente aos nossos olhos produzindo suas hecatombes e desastres, tragédias anunciadas e que traduzido à bom termo, em verdade, se trata de homicídio culposo, de crime contra a vida humana e a natureza, de um atentado claramente gerado pela omissão e conivência de autoridades, com o beneplácito apoio de "técnicos" nas áreas ambientais formados apenas para despachar licenças sem ter a mínima visão de longo alcance, quando suas auditorias e laudos "furados" geraram a confiança de que a barragem estava em boas condições de funcionamento.

Assim, situações que ainda se repetirão em várias oportunidades, dada a quantidade de barragens que Minas Gerais possui, além das demais em outros Estados do Brasil, que também tem suas barragens de rejeitos da exploração do minério, e que são potencialmente tão ou mais devastadoras do que a de Bento Rodrigues e agora de Brumadinho.

A necessidade de ação governamental, e o desleixo dos últimos governos, tanto locais como no Estado ou União, permitiram se criar uma bomba-relógio em cada região onde estão habitando ao lado do perigo, milhares de pessoas, muitos até mesmo trabalhadores da minas e que vivem nos arrabaldes destas barragens ou estes empreendimentos foram licenciados em locais, onde mesmo havendo população à ser atingida pelos efeitos da exploração mineral, a geração de emprego e os dinheiros de impostos falaram mais alto, associadas a confiança em laudos e auditorias, como disse, "arrombadas" de tantos furos deixados por gente formada para despachar e servirem de "capachos" das multinacionais ou de prefeitos que visam o lucro e o poder, e o povo que se lixe depois de elegê-los.
E isso é aqui e acolá, lá e cá, onde o desrespeito com as pessoas e o meio ambiente está bem patrocinada com propinas e apoio$ políticos em cada eleição.

Estamos deixando um legado pernicioso e destrutivo para a humanidade no futuro, e isso não incomoda ninguém, deixando-nos todos passivos e omissos diante do Caos sendo criado, diante da matança de animais, diante da poluição da vital água que alimenta o mundo, diante da devastação das florestas que suprem e transportam nosso alimento líquido, nosso ouro branco, muito mais valioso do que o ouro negro.

Estamos permitindo com isso, o domínio dos poderosos que estão dilapidando o planeta em nome da ganância e do acúmulo de riquezas, em razão de suas práticas que exploram os trabalhadores e geram mais pobreza, de coisas e de espírito.

Enquanto continuarmos nesse caminhar, estaremos trilhando para a hecatombe anunciada em profecias, ditas por "loucos visionários" que conseguem enxergar o futuro não por visões e sonhos, mas por avaliar que já ultrapassamos o "ponto limite" para o dito "fim", e pelo que parece, estão todos ávidos querendo saber como será o futuro, mesmo que este futuro, possa nem mais existir para muitos, quem sabe milhões ou bilhões de pessoas que serão afetadas pelo desequilíbrio ambiental, a escassez de recursos naturais, o consumo desenfreado, a poluição dos lixos e rejeitos nos mares e na terra, o aquecimento global, a elevação dos oceanos, o derretimento das calotas polares e o metano do permafrost contaminando e poluindo ainda mais.

"As implicações são graves: a maior área de água aberta reduz o albedo médio (refletividade) do planeta, acelerando o aquecimento global; e nós também estamos vendo a água aberta causar derretimento do permafrost (solo composto por terra, gelo e rochas congelados), liberando grandes quantidades de metano, um poderoso gás causador do efeito estufa", é o que comentou em 2012 o Professor. Peter Wadhams, da Universidade de Cambridge, em matéria da BBC.

Um final digno de vários capítulos!

Por Julio Wandam
Ambientalista