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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Carne artificial: redução drástica de danos ao meio ambiente

Carne artificial: redução drástica de danos ao meio ambiente
O processo artificial usa apenas células animais
Por Luana Caires (com informações do Guardian)
A carne produzida em laboratório está se tornando uma realidade. A ideia pode parecer bastante estranha, mas, de acordo um estudo realizado pelos cientistas das universidades de Oxford e Amsterdã, essa seria uma maneira de reduzir em 96% a emissão de carbono relacionada à indústria pecuária e livrar muitos consumidores da culpa por não abrir mão do bife em suas refeições. 
No processo artificial, a participação do animal se limita ao fornecimento de células do seu músculo. Depois de coletadas, elas são adicionadas a uma proteína capaz de fazer com que essas células cresçam e se transformem em uma grande porção de carne de boi, de frango ou até mesmo de porco – dependendo da espécie do animal doador.
 Segundo a análise dos pesquisadores, essa técnica demandaria entre 7% e 45% menos energia que o mesmo volume de carne produzido convencionalmente e poderia ser posta em prática usando apenas 1% de terra e 4% do volume da água necessários na pecuária tradicional. 
É preciso lembrar que, de toda a emissão de gases estufa provocada pelos humanos, a indústria pecuária é responsável por 9% do dióxido de carbono, 65% do óxido de nitrogênio, 37% do metano e também libera grandes quantidades de amônia, contribuindo para a formação de chuva ácida. Sem contar que a criação de animais para o corte faz uso de 30% da superfície terrestre, incluindo aí a quantidade de espaço usado para produzir alimento para o gado.
No Brasil, onde há cerca de 200 milhões de bovinos -mais do que o número da população humana do país- estima-se que 70% da destruição da Floresta Amazônica tenha sido usada para dar lugar a pastagens. 
Além das vantagens ambientais previstas pelos estudiosos, o investimento na produção de carne in vitro poderia ser uma boa alternativa para fornecer um alimento nutritivo e barato para a crescente população mundial. O consumo da proteína animal tem aumentado, já que milhões de pessoas em países de economia emergente, como China e Índia, estão vencendo a pobreza e incorporando algum tipo de carne às suas dietas. Por outro lado, ao aliviar a pressão sobre as fazendas ao redor do mundo, os pesquisadores acreditam que essa técnica também melhoraria o bem-estar dos animais. 
A carne artificial ainda não é produzida em escala comercial, mas, segundo a pesquisadora Hanna Tuomisto, que liderou o estudo, se forem feitos mais investimentos, o primeiro laboratório comercial pode entrar em funcionamento em até 5 anos. A organização People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) já está financiando pesquisas sobre a técnica.
Comentário do Jornal dos Amigos
No texto faltou uma abordagem precisa sobre o consumo de água hoje dispensada para produzir um quilo de carne. Curioso(a)? Para produzir um quilo de carne são necessários cerca de cem mil litros de água. Haja mananciais. Mananciais esses que secam cada vez que se destroem florestas para a expansão da pecuária. Além disso, o gado precisa ser alimentado. São necessários quatro quilos de proteínas vegetais na ração do gado para produzir um quilo de proteína animal. E nesse processo o desperdício de nutrientes é enorme.
Fonte: Eco

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