Camping do Itapeva é interditado
Às vésperas do feriadão da Proclamação da República, o Litoral Norte gaúcho estava na iminência de sérios problemas relativos a infraestrutura: o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Terra de Areia estava em greve, devido ao atraso de 4 meses no pagamento dos salários da equipe. Situação parecida enfrentava Capão da Canoa, com trabalhadores do Samu ameaçando greve pela mesma razão.
No entanto é em Torres, num dos mais bonitos pontos turísticos do município, que o visitante irá se deparar com novo descaso do poder público.
A Justiça acolheu nesta sexta-feira, uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público e determinou, em caráter liminar, a interdição da área de uso
público do Parque Estadual de Itapeva. Segundo o promotor de Justiça Vinicius de Melo Lima, que ajuizou a ação, o camping não possui infraestrutura suficiente para receber os visitantes, oferecendo, inclusive, riscos à população.
A ação foi elaborada a partir de um inquérito civil instaurado depois que o Ministério Público recebeu uma denúncia relatando a precariedade da rede elétrica, hidráulica e de saneamento no Parque. Os problemas foram confirmados em análise técnica promovida por representantes do Ministério Público, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da administração do Parque. O MP apontou a carência de investimentos na infraestrutura e recordou ainda que, em 2001, em decorrência da exposição da rede elétrica do camping, um homem morreu ao sofrer uma descarga elétrica.
A Justiça reconheceu a necessidade de interdição diante dos riscos à segurança dos visitantes e ao meio ambiente, e diante da proximidade do período de veraneio, quando cresce o número de visitantes no local.
Pela decisão judicial, além de ser interditada a área de uso público, o gestor do Parque deverá afixar placas no local identificando a interdição.
O Parque
O Parque Estadual de Itapeva, unidade de conservação de responsabilidade do governo estadual, vizinha à área urbana de Torres, tem como metas proteger ecossistemas e espécies da fauna e flora raros e ou ameaçados, e promover atividades de pesquisa científica, educação ambiental e turismo ecológico.
Abriga ambientes de dunas, vegetação de restinga, campos secos e alagados, banhados e turfeiras e Mata Paludosa (floresta formada sobre solos bastante úmidos). Desse modo, o Parque tem o importante papel de conservar um dos últimos remanescentes da paisagem característica da planície litorânea do Estado.
São mil hectares de área protegida, criado em 2002 por lei estadual.
Fonte: Jornal VS
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