Nós, os negros...
Estamos próximos a comemorar mais uma semana da consciência negra, período pelo qual, se exalta os feitos de Zumbi dos Palmares e pauta-se a questão das graves desigualdades ainda não superadas, desde a escravidão, pelo povo negro. O Brasil foi à última nação da América a abolir a escravidão. Entre 1550 e 1850, data oficial do fim do tráfico de negros, cerca de 3.600.000 africanos chegaram ao Brasil.
A força de trabalho desses homens e mulheres produziu a riqueza do País durante 300 anos.
Mas, enfim, o que nós negros queremos?
Primeiro, nada de “migalhas” e sim igualdade de oportunidades. Se para isso, forem necessárias cotas, medidas compensatórias ou afirmativas, que ocorram com coerência.
Segundo, que nos seja dada a possibilidade real de protagonismo em nossas escolhas, democraticamente.
Quando olhamos o passado, as dores de todos aqueles que sofreram na senzala, os que se refugiaram nos quilombos, a cultura da mãe África, precisamos refletir sobre o presente e o futuro. E temos o direito de sonhar, com uma sociedade mais justa, inclusiva, igualitária e realmente para e com todos. O artigo 215 da Constituição Federal de 1998 assegura que o "Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais populares, indígenas e afro-brasileiras, e de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional".
RECONHECIMENTO
Nada a mais, nada a menos. É isso que mais buscamos. E que possamos não ter privilégios nas políticas públicas, mas que façamos parte de sua concepção e implementação universalizada.
Haverá ainda um dia em que a consciência negra estará presente até mesmo no ar que respiramos e seja algo imprescindível a vida. Assim, viveremos a era dos direitos humanos. Utopia? Não!
Crença na possibilidade de um outro mundo possível e urgentemente necessário.
Fonte: Diário de Viamão - 19.11.2010
Enviado por Jorge Amaro da ONG Maricá
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