Filhos do líder comunitário José Maria Filho
(Foto: Melquíades Júnior/Agência Diário)
(Foto: Melquíades Júnior/Agência Diário)
MP-CE denuncia quatro suspeitos de matar ambientalista com 25 tiros
Ambientalista foi assassinado em abril de 2010, em Limoeiro do Norte. Líder combatia uso de agrotóxico usado por empresário da cidade.
Ambientalista foi assassinado em abril de 2010, em Limoeiro do Norte. Líder combatia uso de agrotóxico usado por empresário da cidade.
Por André Teixeira
O Ministério Público do Estado do Ceará apresentou nesta semana a denúncia contra quatro suspeitos de participação no assassinato do ambientalista e líder comunitário José Maria Filho, assassinado em 2010 com 25 tiros na cidade de Limoeiro do Norte, no interior do Ceará. O Ministério Público também pediu a prisão preventiva dos quatro suspeitos, que foi negada pela juíza da sede de Limoeiro do Norte. O promotor de Justiça Felipe Diogo afirmou que o Ministério Público vai recorrer da decisão.
"As pessoas que vão depôr são pessoas simples e os acusados podem pôr em risco a apuração. Principalmente por causa do mandante do crime, que tem poder econômico e político na região", avalia o promotor. Dois dos suspeitos foram mantidos presos durante dois meses em 2010 e atualmente estão soltos. O acusado de ser o mandante do crime nunca foi preso.
De acordo com o Ministério Público, o ambientalista assassinado combatia a pulverização com uso de agrotóxico em aviões, que despejava a substância sobre plantações.
O ambientalista assassinado defendia que esse tipo de pulverização, utilizado por um empresário da cidade, contamina o solo e lençóis de água subterrâneos na região.
Lei revogada
Após manifestações, a Câmara Municipal de Limoeiro do Norte aprovou uma lei que tornava ilegal o uso de agrotóxico em aviões. Ainda segundo o Ministério Público, a lei nunca foi cumprida pelo empresário suspeito de ser o mandante do crime. Após a morte de José Maria Filho, a lei foi revogada. "Sem a manifestação de José Maria, a lei perdeu a força e acabou sendo revogada", diz o promotor Felipe Diogo.
Após manifestações, a Câmara Municipal de Limoeiro do Norte aprovou uma lei que tornava ilegal o uso de agrotóxico em aviões. Ainda segundo o Ministério Público, a lei nunca foi cumprida pelo empresário suspeito de ser o mandante do crime. Após a morte de José Maria Filho, a lei foi revogada. "Sem a manifestação de José Maria, a lei perdeu a força e acabou sendo revogada", diz o promotor Felipe Diogo.
Felipe Diogo diz que o ambientalista também combatia a compra de terra de pequenos produtores, que passavam a produzir para grande empresários. A prática era comum na cidade de Limoeiro do Norte, segundo o promotor, e era combatida pelo ambientalista, que defendia a posse de terras por pequenos produtores.
José Maria Filho foi assassinado em 21 de abril de 2010 com 25 tiros. O Ministério Público denunciou o caso como homicídio triplamente qualificado. Entre as qualificações, a crueldade.
Fonte: REDE Os Verdes/via e-mail
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