Lixão, Aterro Controlado
ou Aterro Sanitário?
Você saberia dizer qual a diferença entre estes espaços destinados ao lixo que produzimos? Na verdade muita gente não faz a menor idéia do que diferencia um do outro, mas deveria. Infelizmente, a maior parte dos municípios brasileiros ainda despejam seu lixo em Lixões, ignorando os cuidados preliminares de reciclagem e seleção dos resíduos, bem como os males causados à natureza, através do lixo lançado nessas áreas.
Um lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Não tem nenhum sistema de tratamento de efluentes líquidos – o chorume (líquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substancias contaminantes para o solo e para o lençol freático. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo livremente no lixão a céu aberto, e pior ainda, crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais recicláveis para vender. No lixão o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as conseqüências ambientais e sociais negativas.
Já o aterro controlado é uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente é uma célula adjacente ao lixão que foi remediado, ou seja, que recebeu cobertura de argila, e grama (idealmente selado com manta impermeável para proteger a pilha da água de chuva) e captação de chorume e gás. Esta célula adjacente é preparada para receber resíduos com uma impermeabilização com manta e tem uma operação que procura dar conta dos impactos negativos tais como a cobertura diária da pilha de lixo com terra ou outro material disponível como forração ou saibro. Tem também recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a sua absorção pela terra ou eventuamente outro tipo de tratamento para o chorume como uma estação de tratamento para este efluente.
Mas a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário que antes de iniciar a disposição do lixo teve o terreno preparado previamente com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC, esta extremamente resistente. Desta forma, com essa impermeabilização do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. Este é coletado através de drenos de PEAD, encaminhados para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.
O processo de decomposição no aterro sanitário, se dá em 3 fases:
- Fase 1: Dura cerca de um mês, sendo responsável por consumir o oxigênio presente no meio e liberar grandes quantidades de CO2 e H2.
- Fase 2: Dura cerca de 5 anos. Microorganismos anaeróbicos hidrolisam e fermentam a celulose e outros materias putrescíveis, produzindo compostos simples e solúveis, como ácidos voláteis e produtos nitrogenados.
- Fase 3: A decomposição é caracterizada pela ação de bactérias, onde se estabelece um equilíbrio; e o Chorume produzido na 2ª fase torna-se fonte de nutrientes para essas bactérias.
Logo as concentrações de metais superiores aos limites da resolução do CONAMA, quando despejados junto ao esgoto a ser tratado na estação de tratamento de esgoto, sofrem um processo de diluição da concentração, podendo ser lançado de volta a seu afluente corretamente.
Fonte: Território Extremo
Fonte: Território Extremo
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