Dezenas de pessoas na Avenida Assis Brasil, ao som da batita forte do tambor solitário em meio ao silêncio e consternação pelo assassinato, uma semana atrás, do Jovem André Alves, 22 anos, morto a facadas junto a orla de Tapes, próximo aos engenhos, no começo da Rua Flores da Cunha, centro da cidade.
A morte deste rapaz suscitou em meio a comunidade, entre as famílias, entidades e tantas outras pessoas, a necessidade de manifestarem a indignação pela morte brutal, sem motivos e suspeita-se por preconceito, a tão combatida 'homofobia', que nos grandes centros urbanos está sendo verificada a existência enraizada em culturas estranhas ao convívio social, mas em Tapes, uma pacata cidade do interior, este fato acendeu a 'luz vermelha' de alerta. As redes sociais, como o Facebook convocaram a população e amigos do Jovem.
Debate necessário
A realidade noturna em Tapes carece de uma avaliação técnica capaz de definir o que está acontecendo, quando há reclames de 'zoeiras' na praça central, em meio a madrugadas nos finais de semana, protagonizadas por crianças de 13, 14, 16 anos, que deveriam estar em suas casas e protegidas por suas famílias.
Quando isso não ocorre, deveria em tese, o Estado e as organizações que protegem e defendem os direitos agirem no sentido de responsabilizar estes pais pelo não cumprimento de seus deveres de cuidar e proteger suas crianças e adolescentes.
Fica a impressão de que são os agentes de segurança públicas, os responsáveis pela guarda destas crianças nas ruas, quando não o são de forma alguma, pois todos têm famílias e responsáveis legais que devem responder pelos atos praticados por seus filhos.
Avenida Assis Brasil recebe dezenas de pessoas para caminhada
Noites perigosas
No que tange a questão da segurança para os jovens saírem às ruas na noite, há muito se discute a necessidade de controle maior, mesmo isso ocorrendo, com ações do policiamento ostensivo realizando seu trabalho de abordar, identificar e recolher infratores, bem como o policiamento investigativo que da mesma forma combate o crime na cidade, dia e noite, para retirar das ruas potenciais perigos às pessoas e as famílias tapenses.
Mas há muito que se conhecer da realidade noturna e perceberem o quanto é perigoso para muitos jovens da cidade.
Existe outro fator que não é levado em conta, como a responsabilização daqueles pais que permitem e acreditam que a segurança de seus filhos seja apenas papel das autoridades, quando em verdade, em muito haveria contribuição da sociedade, se fosse precedido o debate sobre a segurança das pessoas, dos patrimônios pessoais, se o debate começasse na raiz do problema, a família e sua estrutura social e cultural.
Em frente a Delegacia de Polícia em Tapes
Investigação continua
Mesmo tendo havido a prisão e interrogatório de dois suspeitos do crime, a Polícia Civil ainda não colocou atrás das grades este criminoso. Segundo as autoridades, deve haver cooperação de amigos e pessoas da cidade que possam ter presenciado alguma movimentação estranha naquela noite de 27de julho, uma sexta-feira, entre as 20hs às 21hs, próximo dos engenhos no começo da Rua Flores da Cunha.
O que os policiais que investigam esperam, é que testemunhas ou pessoas que possam ter conhecimento dos autores do crime, façam sua parte e procurem a Polícia ou façam a denúncia de forma anônima.
Homofobia seria motivo
O que está sendo avaliado por pessoas que conheciam a vítima e suspeita-se seja os motivos do crime, é a existência de homofobia neste caso. Tal fato chamou a atenção de grupos organizados no Estado do RS para combater este mal da sociedade, e que ainda insiste em ser utilizado por segmentos minoritários para atacar grupos gays, travestis, skaitistas, negros e minorias étnicas.
Na capital do Estado, já foram identificadas ações recentes destes grupos que espancaram jovens nas ruas, sem que fossem capturados e indiciados pelos crimes de racismo, preconceito e homofobia.
No palanque da Praça Rui Barbosa houve manifestação de ativistas
No caso de Tapes, foi firmado compromisso pelos ativistas das organizações anti-homofobia presentes na manifestação, que será feito contato com órgãos de segurança e de direitos humanos do Estado para que seja dado atenção à este crime, afim de coibir novos atentados e seja criada condições de segurança para as minorias agredidas na sua condição cidadã.
Por Júlio Wandam
Fonte: REDE Os Verdes
Fotos: Jobama Machado/via Facebook
Fonte: REDE Os Verdes
Fotos: Jobama Machado/via Facebook
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