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quinta-feira, 20 de junho de 2013

REVOLTA DOS R$ 0,20 - Análise do Jurista e Teólogo João Batista Rogowski

AUMENTO DAS PASSAGENS
REPRESSÃO POLICIAL
O CLAMOR DOS POBRES
Por João Francisco Rogowski
Jurista e Teólogo
Sobre os protestos em via pública que vem se observando país a fora contra o aumento do preço das tarifas do transporte público, quem leu o que escrevi há alguns meses no facebook e em e-mail's, certamente lembra que eu alertei para a REAÇÃO popular que viria. E digo mais, isso pode ser só o começo, agora que o leão adormecido despertou, o bicho vai pegar! Lembram da primavera árabe?
Pode ser que esse movimento seja orquestrado, não sei, é provável que haja militantes profissionais infiltrados no meio, todavia, também é certo que os cidadãos comuns estão aderindo, essas pessoas não saíram às ruas coagidas, foram espontaneamente.
Três reais uma passagem de ônibus parece pouco, certamente o é para um Engenheiro e para um Advogado, mas para a maioria de trabalhadores que ganham salário mínimo ou um pouquinho mais, e tem que pegar duas conduções ou mais, por dia, é muito caro!
Os empresários do setor também são vítimas de escorchante carga tributária, o preço dos insumos (combustível, pneus, autopeças, etc.) não para de subir, e, para piorar a inflação está de volta.
Na minha modesta opinião o grande vilão nesse entrevero é o governo federal que há muitos anos já deveria ter feito a reforma tributária e a desoneração fiscal da economia. Para ser justo, a Presidente Dilma até que tem feito alguma coisinha em termos de aliviar a carga tributária, mas as desonerações que ela tem feito são tímidas e ineficazes.
O transporte é um serviço publico de natureza essencial e contínua, até mesmo do ponto de vista teológico ele é de máxima importância, pois, segundo afirmam teólogos do Theological Seminary da Livets Ord University, na cidade de Uppsala, Suécia, aos quais eu me filio, Deus assegura a todo ser vivo quatro condições materiais de vida: 1) alimentação; 2) moradia; 3) vestimenta; 4)transporte.
As aves não semeiam, não colhem,  e, contudo, o Pai celestial as alimenta, têm seus ninhos, cobrem-se de penas e voam; a raposa tem seu covil, caça abundante, pele e pelos e quatro patas. (Mateus 6:26; 8:20)
Nós seres humanos não podemos mais depender exclusivamente de nossas pernas para nos locomover como faziam nossos ancestrais que cruzaram continentes a pé, desde que inventamos a roda passamos dela depender.
Concluindo, urge uma política nacional como novos modais de transporte público com imunidade tributária que é diferente da isenção, esta pode ser dada e retirada, ao contrário, a imunidade é perene.
O Documento de Puebla, extraído da terceira conferência dos bispos latino-americanos, em 1979, já fazia referência ao clamor dos pobres, que pode parecer um clamor surdo, porém, é crescente, impetuoso e, em alguns casos, ameaçador. Clamores que exigirão mudanças substanciais e, até mesmo radicais, de estilos de vida, para deter a onda de prejuízos que solapam a integridade da vida e emolduram de selvagerias o cotidiano.
Quem viver verá! Deus nos ajude.
Fonte: REDE Os Verdes/via rogowski@sapo.pt

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