Imagens: JN Sapo/Internet
A dimensão dos estragos e da catástrofe que se abateu onde sobre a ilha da Madeira, está longe de ser unicamente da responsabilidade da forte precipitação que se abateu sobre a ilha.
É óbvio que nesta altura mais do que procurar responsabilizar quem quer que seja, interessa sim, cuidar dos feridos e dos sobreviventes e criar as condições para que estes vejam a sua vida normalizada o mais rapidamente possível.
Contudo, retomando a ideia do primeiro parágrafo, este tipo de consequências não se devem somente à forte precipitação, mas sim à falta de ordenamento e de planeamento, um apanágio deste país.
O "homem", insiste em não respeitar a mãe natureza. Insiste em impermeabilizar encostas, construindo onde não deveria construir. O "homem" insiste em desflorestar, o que também não ajuda nada.
O "homem" continua a colocar ribeiras a correr entre "paredes de betão", não permitindo a infiltração das águas nos terrenos adjacentes, o que tem como consequência o aumento da velocidade da água, que depois leva tudo o que encontra, à sua frente. Aliás ontem, a primeira coisa que me ocorreu ao ver as imagens da tragédia, foi precisamente, ver que na ilha da Madeira, mais do que a excepção, esse confinamento das ribeiras a meros canais de betão, é a regra na ilha.
Os resultados de tais escolhas ficaram ontem bem patentes.
Repito só que não quero responsabilizar este ou aquele. O objectivo do presente post é sobretudo de alertar, porque tragédias como a que ocorreu na Madeira, poderão facilmente ocorrer em algumas cidades do Continente, como Lisboa, Porto, Albufeira, etc etc, basta só que chova com uma intensidade anormal.
Para lá da tragédia, o país e os seus responsáveis deverão começar a pensar seriamente em como resolver o crónico problema da falta de ordenação. As leis até existem, a sua aplicação é que continua a ser ineficaz.
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