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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"O cenário é de medo e desolação", conta vítima das chuvas em Teresópolis


"O cenário é de medo e desolação", conta vítima das chuvas em Teresópolis
Chuva em Teresópolis provoca destrição e morte. Voluntário e bombeiros retiram um corpo da localidade de Caleme. / Crédito: Carlos Ivan 
Por Ana Paula Araripe
Sem água, luz ou telefone, o engenheiro Luís Alberto Roditi, de 49 anos, deixou a casa onde morava no Parque Imbuí - uma das regiões mais castigadas pela chuva em Teresópolis - e procurou abrigo com a família na residência de amigos, no centro do município. Por telefone, ele relembrou cenas da tragédia que se abateu sobre a região. 
“Ao acordar, na quarta-feira, vi que estávamos sem luz. Ao cruzar o portão do Condomínio Parque Imbuí, onde moro, vi um cenário de devastação. Corpos e crateras pelas ruas, uma praça que desapareceu sob as pedras e a lama, casas no chão, clarões nas matas, pessoas de pijamas nas ruas, chorando, desesperadas, com olhares perdidos. Nem os caminhões da Defesa Civil conseguiam chegar em alguns pontos, principalmente no Caleme, área mais pobre da região. Os corpos iam sendo colocados em frente à delegacia.
Como caíram dezenas de postes de luz e de telefone, as pessoas estão incomunicáveis. 
Meu filho Gabriel, de 12 anos, ao ver aquelas cenas disse que parecia que estávamos no Haiti. Eu e minha mulher Nina ajudamos crianças a se lavarem, demos comida e carona para algumas pessoas, mas, com medo de novos temporais, achamos melhor procurar abrigo na casa de amigos.
O centro de Teresópolis não foi afetado, mas tenho um colega que mora no Condomínio Vale dos Sinos, na Posse, que saiu de casa pela janela. Perdeu tudo, o carro boiava na água. Nesta quinta-feira, voltou a chover e, claro, estão todos apavorados. Não temos previsão de voltar para casa. O cenário é de medo e desolação".
Fonte: Jornal EXTRA

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