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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

De Lisboa a Nova Iorque, a contestação tornou-se ainda mais global

 De Lisboa a Nova Iorque, a contestação tornou-se ainda mais global
Uma das subscritoras do manifesto que promove a 15 de Outubro um protesto em Lisboa defende que as manifestações dos «indignados» em Nova Iorque reforçaram o carácter global e transnacional da contestação que percorreu nos últimos meses a Europa.
Para Paula Gil, do Movimento 12 de Março (M12M), todos estes protestos são marcados por uma questão «global» e «transnacional»: a falta de democracia.
Ao longo das últimas três semanas, vários milhares de «indignados» norte-americanos desafiaram um dos principais centros financeiros do mundo e lançaram-se na missão 'Occupy Wall Street' («Ocupar Wall Sreet').
«As pessoas não se sentem revistas nas políticas que são aplicadas directamente sobre elas. Sentem-se quase agredidas (…). Têm necessidade de demonstrar que querem ser ouvidas, que querem contribuir para uma melhoria da sociedade e que a sociedade tem de começar a contar mais com elas do que com os mercados ou com os credores», afirma, em declarações à agência Lusa, a subscritora do manifesto que promove a iniciativa '15 de Outubro, a Democracia sai à rua!' na capital e em outras cidades portuguesas.
Paula Gil defende que as pessoas devem ser o foco principal do Estado.
«Queremos um Estado que sirva as pessoas, que proteja as pessoas. Isto é o foco principal do Estado. São as pessoas que lhe dão poder e justificam a sua existência e não os mercados ou os credores», sublinha.
De Lisboa a Nova Iorque, os protestos dos «indignados» têm vindo a ocupar as ruas de várias cidades nos últimos meses, como foi o caso de Madrid, Barcelona, Roma, Atenas ou Paris.
«Estes acontecimentos têm simbolismo em qualquer lugar onde ocorram, o importante é que as pessoas estão a mobilizar-se», refere Paula Gil.
A poucos dias da realização da iniciativa «15 de Outubro, a Democracia sai à rua!», a representante pensa que os portugueses estão conscientes da actual situação do país e da necessidade de demonstrar publicamente o seu descontentamento.
«Todos temos conhecimento do que se está a passar, poderemos não ter conhecimento de todas as medidas específicas da ‘troika’, mas temos consciência de como isto nos afecta directamente e não nos permite prosseguir», afirma a subscritora do manifesto, recordando, com uma alguma ironia, as promessas políticas.
«Falam de uma retoma económica daqui a nove meses, honestamente a única coisa que eu conheço que demora nove meses e traz felicidade às pessoas são bebés, não são retomas económicas. Acho que as pessoas têm consciência disso», salienta.
O M12M, que esteve na origem do protesto da 'Geração à Rasca' a 12 de Março deste ano que levou quase 500 mil pessoas às ruas de todo o país, é uma das várias organizações que estão unidas na mobilização para o próximo dia 15.
«É a primeira vez que uma plataforma se une para fazer esta mobilização», diz Paula Gil.
O protesto, agendado para um sábado, terá início em Lisboa com um desfile entre o Marquês de Pombal e São Bento.
Já em frente do Parlamento será realizada uma assembleia popular, «onde todas as pessoas poderão contribuir de forma positiva para a continuidade deste protesto», segundo a representante.
A iniciativa, que vai decorrer também no Porto, Braga, Évora, Angra do Heroísmo, Faro, Setúbal e Coimbra, termina com uma vigília.
Fonte: Lusa/SOL
IMAGENS EM VÍDEO DOS PROTESTOS
 
Fonte: REDE Os Verdes/via e-mail

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