Governo grego prioriza recursos naturais para superar a crise
A Grécia endividada possui ouro em seu subsolo. Essa deveria ser uma boa notícia, mas no vilarejo de irredutíveis helenos de Ierissos, a alguns quilômetros da porta de entrada do Monte Athos, a reabertura das minas é vista como uma catástrofe. “Não às minas de ouro”, proclamam faixas no centro do vilarejo de 3.000 habitantes. Os confrontos com a polícia se tornaram frequentes na floresta de Skouries dessa região da Calcídica, 100 quilômetros a leste de Tessalônica, no norte do país.
Para Christos Pappas, Tolis Papageorgiou, Kostas Efthimiou, Maria Kadoglou, é a luta de uma vida. Faz anos que eles brigam contra os riscos de poluição de sua bela Calcídica e de suas montanhas recobertas de florestas e de arbustos floridos que caem no mar.
Eles protestam diante dos tribunais, na mídia e no local. Enfrentaram as sucessivas mineradoras, mas hoje estão tendo de encarar um elemento multiforme: a crise econômica.
O governo decidiu explorar seus recursos naturais e sobretudo seus minérios, abundantes no subsolo da Calcídica, para retomar os investimentos e criar empregos, agora que o índice de desemprego atinge 25% da população ativa.
O novo proprietário das minas, o grupo canadense Eldorado Gold, já dobrou o número de funcionários, de 400 para 800, em menos de um ano. Ele promete 1.500 empregos para quando as três minas – Stratoni, Kouries e Olympiada – estiverem em plena atividade. Sem contar a centena de vigias contratados para proteger as minas dos manifestantes. Ao longo de cinco anos devem ser investidos U$$ 630 milhões (R$1,28 bilhão).
Fonte: REDE Os Verdes/via Telma Monteiro
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