Tribo mais ameaçada do mundo: Brasil é acusado de omissão
Em petição que acaba de ser enviada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em caráter de urgência, o Estado brasileiro está sendo acusado de negligente e omisso em relação à situação dos índios Awá, no Maranhão. Assinada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e pela Survival International, a petição assegura que a sobrevivência daqueles indígenas está ameaçada por grupos de madeireiros, fazendeiros e colonos que ocupam ilegalmente suas terras.
Os Awá constituem o grupo indígena mais ameaçado de extinção em todo o mundo, de acordo com a Survival, organização não governamental com sede em Londres. Sua população é constituída por grupos aldeados e isolados. Os primeiros reúnem 450 pessoas. Os isolados, segundo estimativas do Cimi, não agregam mais que 60 índios, que ainda vivem nas matas, sem contato direto com os moradores da região.
O território destinado a eles, com 116 mil hectares, foi oficialmente homologado em 2004. Até hoje, porém, o governo não conseguiu retirar os invasores.
Em outubro, a Justiça Federal deu um prazo de 180 dias para a retirada da população não indígena do território. “O prazo venceu no dia 30 de abril e até agora não foram tomadas medidas efetivas para a desintrusão”, diz Gilderlan Rodrigues, missionário do Cimi do Maranhão.
O Cimi e a Survival afirmam que decidiram recorrer à comissão, vinculada à Organização dos Estados Americanos porque já teriam sido esgotadas todas as possibilidades de negociação com órgãos governamentais. “A Funai não consegue dar respostas adequadas para garantir a sobrevivência dos Awá”, diz Rodrigues. “Por isso recorremos àquela organização internacional, em caráter de urgência, para responsabilizar o governo e exigir medidas imediatas.”
Já foram feitas várias campanhas no Brasil e no exterior em defesa dos Awá. Uma delas reuniu 50 mil assinaturas, encaminhadas ao Ministério da Justiça.
De acordo com documentos anexados à petição, os Awá quase foram dizimados a com criação do projeto de mineração Carajás, na década de 1980. Os últimos sobreviventes agora estão ameaçados pela falta de terras.
Segundo a Survival, os madeireiros operam em áreas cada vez mais próximas dos índios isolados. “A caça está cada vez mais difícil de encontrar e muitos Awá não não ousam caçar pois temem ser atacados pelos invasores”, diz . “Trata-se de uma das últimas tribos nômades de caçadores-coletores no Brasil, vivendo em uma floresta que está desaparecendo: mais de 30% de um do território dos Awá já foi desmatado.”
(As fotos publicadas neste post foram retiradas do site da Survival)
http://www.survivalinternational.org/pt
Saiba mais:
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Relatório ‘perdido’ expõe genocídio de índios brasileiros
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Fonte: Estadão
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