A CRIMINALIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES
Por Claudio Lessa
Convenhamos: o processo eleitoral de um país é o ápice de um ciclo que comemora, respalda, solidifica, constrói, estimula, consagra (e o quê mais?) o sistema democrático. É uma festa, assim como a Copa do Mundo é a festa maior do futebol mundial.
Nem mesmo os comediantes podem se aproveitar do período eleitoral para fazer graça à custa dos candidatos, como se o humor dos programas de tevê fosse eivado de algo maligno que demonstrasse algo de profundamente pessoal, destinado a demolir personalidades sem dó nem piedade, com reputações construídas em cima de pilares sólidos.
É claro que, como já disse quem sabe das coisas, nada acontece por acaso.
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O fazendão já solidificou sua reputação como a terra do “é assim mesmo”, e por isso ninguém vê, ou finge que não vê, ou vê e não dá a mínima para os esquemas verdadeiramente criminosos que bailam diante de nossos olhos dia após dia, como se essa avalanche de iniqüidades possa torná-las aceitáveis, quiçá legais.
Já está meio que cristalizado o incrível fato de que o enganador que ocupa o posto de presidente da república anuncie que fará campanha “depois do expediente” – como se ele não fosse presidente vinte e quatro horas por dia até o fim de seu mandato – e ignore até mesmo a cretinice que ele próprio alardeou, encurtando o seu “expediente”, e absolutamente ninguém se chateie com isso de verdade (saia às ruas, faça passeatas, promova quebra-quebra, faça de alguma forma os envolvidos se sentirem fisicamente ameaçados pela sua conduta, exija para valer um mínimo de respeito pela coisa pública, por exemplo).
Como se não bastasse, o fazendão e seu “judiciário” agora acompanha bovinamente o “presidente que dá expediente” fazendo política de estado em meio a comícios do poste que ele resolveu colocar em seu lugar para continuar disfarçado com um terceiro mandato, desafiando a lei. É só dizer com quem anda o “presidente que dá expediente” e todos nós sabemos quem ele é. Sem contar os amiguinhos mensaleiros e assessores Top Top de linha, a malta inclui ainda o chefete venezuelano don Huguito, seu mentor cubano (“El Coma Andante”), o boliviano marido de Adã, o debilóide irrelevante equatoriano do qual ninguém lembra o nome e, last but not least, o zarolhinho iraniano Nejadinho – aquele que prende, arrebenta e joga pedra.
Pois foi durante um comício com o poste a seu lado, esta semana, que o “presidente que dá expediente” – e supostamente estava fora dele – anunciou uma política de estado, a de oferecer ao zarolhinho iraniano que despache a Geni que está na rua da amargura lá do outro lado do mundo, pronta para levar pedrada, para os suaves trópicos.
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Fonte: Via e-mail/Direto da Redação
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