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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Impressionante. O que sobra no mar depois do Carnaval na Bahia


Impressionante!!! O que sobra no mar depois do Carnaval na Bahia
Por Bernardo Mussi
Dez dias após o carnaval, resolvi mergulhar com dois amigos na área do Farol da Barra para confirmar a notícia de que havia uma quantidade absurda de lixo espalhada pelo fundo do mar naquela área.
Mesmo com a água um pouco suja por causa das chuvas do dia anterior, logo identificamos o local. Na verdade o lixo não estava espalhado, mas concentrado em um canal provavelmente em razão do movimento das marés. Uma cena lamentável! Eram pelo menos mil e quinhentas latinhas metálicas e garrafas plásticas. 
Da superfície o visual parecia com as imagens áreas que vemos dos blocos de carnaval durante a festa momesca. Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar estavam rolando de um lado para o outro numa mórbida coreografia, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia. 
Assustados, decidimos não retirar o material naquele dia na esperança de tentar sensibilizar algum veículo de comunicação para fazer uma matéria com imagens subaquáticas. A intenção era compartilhar aquela agressão carnavalesca com nossa população e os donos da folia. 
Fizemos contato com pelo menos três emissoras e todas pediram que enviássemos e-mails com fotos, o que fizemos imediatamente. Aguardamos respostas por dois dias e como não tivemos qualquer retorno, optamos por retirar o lixão de lá para evitar maiores danos. 
A bem da verdade estávamos super desconfortáveis com nossas consciências por termos testemunhado aquela cena e deixado para resolver o problema dias após. Mas tínhamos que tentar a matéria para que a ação não se resumisse somente à coleta do material. 
Tínhamos em mente que a repercussão sensibilizaria os empresários e artistas do carnaval, os órgão públicos, a imprensa, as empresas financiadoras e nossa gente. A tentativa foi boa, mas não rolou… 
Fomos então, no terceiro dia após o primeiro mergulho, retirar o material. Antes, porém, fiz questão de chamar um amigo que tem uma caixa estanque para filmarmos a ação e guardarmos o documentário visando trabalhos futuros e até mesmo a matéria que queríamos na TV. 
Sem cilindro de ar e contando apenas com duas pranchas de SUP (Stand Up Paddle) e alguns sacos grandes, éramos quatro mergulhadores ousados retirando do fundo do mar tudo o que podíamos naquela tarde. 
Pouco antes de o sol se pôr conseguimos finalmente colocar todo o lixo na calçada.
Muitos curiosos, inclusive turistas, olhavam intrigados a nossa atitude e a todo o instante nos questionavam sobre a origem daquele resíduo. A resposta estava na ponta da língua: Carnaval!
Vou logo informando aos amigos leitores que não sou contra o carnaval, muito pelo contrário, sou fã por diversos motivos, mas acho que a realidade da festa não guarda a menor relação com as belíssimas cenas, as informações rasgadas de elogios e a excessiva euforia amplamente divulgada pela mídia.
Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades contra os carnavais de outros estados como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações socialmente positivas e remando na direção oposta ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade. 
Aquele lixo submarino é um pequeno sinal deste retrocesso. Pior, patrocinado solidariamente pelos grandes empresários, artistas e principalmente pelo poder público que tem o dever de melhorar nossa segurança, nossa saúde e educação.
Aproveito o embalo para incluir indignação semelhante sobre os eventos realizados na praia do Porto da Barra durante o verão.
O “Música no Porto” e o “Espicha Verão” não tem trazido nada de bom para nossa cidade, além da oportunidade de vermos ótimos artistas de perto e de graça. De resto, o lixo, o mau cheiro, a degradação ambiental, o xixi pelas ruas, a impressionante quantidade de ambulantes amontoados por todos os espaços públicos e a agressão aos patrimônios históricos, são um grande “pé na bunda” do turista de qualidade.
É o mesmo que olhar para uma bela maçã com a casca brilhante e aspecto suculento, porém, apodrecida por dentro.
Naquele final de tarde acabamos contemplando um por do sol diferente. O monte de lixo empilhado na calçada do Farol da Barra virou atração. E como Deus é grande, fomos brindados com a presença de valorosos catadores de rua para finalizar a limpeza. 
Desta ação, além das ótimas imagens documentadas em vídeo, resta rezar para que os donos do carnaval, dos eventos no Porto da Barra e nossos queridos foliões se toquem que algo tem que mudar. 
O fundo do mar não merece aquele bloco reluzente e, ao contrário do asfalto, o oceano costuma revidar violentamente as agressões sofridas.
Não tem alegria alguma no fundo da folia! 
Galera vamos divulgar isso... principalmente para os nossos amigos baianos.
Fonte: REDE Os Verdes/via e-mail
Imagens, Click aqui 

14 comentários:

Meldels disse...

Imagine quando é Reveillon (sei la como que escreve) quando de lixo de oferendas nao fica debaixo dagua

Hedigar disse...

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Mariana Laffitte disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana Laffitte disse...

Que realida mais triste, infelizmente esse é sim o resultado do carnaval, as pessoas bebem, dançam e não estão nem ai para nada, coitad dos animais aquaticos que não tem culpa e sofrem, morrem por ingerirem lixo pensando ser alimento, tudo porque certas pessoas não tem consciencia de nada, e o governo? não faz porcaria nenhuma para evitar. Eh pais de m.... Parabéns a vocês por essa iniciativa, ahh se todo mundo fosse assim...

Como se faz... disse...

Carambola... a realidade nua e crua da educação e do sistema desse país que a cada dia tenho mais certeza de estar vivendo um sistema "DITATORIAL"
---ABAIXO A DITADURA---

E antes que os burraldos de plantao digam nao, revejam oque é feito nesse pais... estou atonito.

Parabens a voce e sua turma pelo belo trabalho... e nao adianta pedir, cobrar ou tentar, pois a ditadura manda que quem tem dinheiro manda e quem nao tem obedeçe!

Pena que nao teve repercusão na midia.

Dica:
Da proxima vez(infelizmente vai ter outras) ligue para as duas maiores concorrentes(emissoras) e pra uma diga que a outra ja esta indo lá e vc gosta mais dessa, depois faz o mesmo com a outra.

São duas *ostas, mas pelo menos teria passado na midia...

Parabens...

anny81 disse...

Linda a sua atitude! Parabéns! Qdo vou a praia, sempre tomo o máximo cuidado para não sujar o meio ambiente... infelizmente ainda existe um povão ignorante que está pouco se lixando para a natureza...

Unknown disse...

Sou de Salvador tbm cara, e com certeza não são todos que jogam lixo no mar, mas em todos os lugares existem os Porcos! Gostei da matéria.

Anônimo disse...

Tem que ver isso ae....

Unknown disse...

Nossa parabéns mesmo pela iniciativa!!

Maíra disse...

Nossa, realmente impressionante e revoltante....q horror...

(ps.: mudem ou a cor da fonte dos comentarios, ou a cor do fundo, por que nao da pra ler nada!)

Mandy disse...

A profunda poluição após o carnaval é resultado do absurdo desinteresse por parte dos patrocinadores do carnaval que não tem um planejamento do que fazer com os resíduos de seus produtos. São centenas de latas de cerveja e garrafas de água. Junto a isso, vem a falta de educação do povo brasileiro, e mais ainda do baiano, que joga o lixo em qualquer lugar, além de fazer as suas necessidades na rua deixando um fedor impregnado em tudo que é lugar. As latas e garrafas podem ser recicladas, basta que algum órgão competente e inteligente e alguma empresa consciente, desenvolva e patrocine o projeto. Isso vai demorar muito pra acontecer e talvez nunca aconteça, mas que tal enquanto isso fazermos a nossa parte? Jogar lixo no lixo é uma questão de educação e consciencia ambiental.

Ana disse...

Prezados Colegas,
Esta reportagem foi feita por Bernardo Mussi, as fotos pegas do blog dele ou do Global Garbage (http://bbmussi.wordpress.com/page/3/). Recomendo que coloquem a autoria do trabalho, pois foram surfistas/mergulhadores baianos, a maioria moradores da Barra, que fizeram este trabalho. Sendo que os dados do Jornal A tarde mostram que mais de 70% dos soteropolitanos não participam do Carnaval, o lixo é resultado do Carnaval e os, particularmente turistas, que vem pular aqui. O trabalho foi feito o ano passado por primeira vez e Bernardo chamou no blog dele o Fundo da Folia. Foi feito com mais merulhadores este ano. Vejá-se que algumas das fotos postadas tambem são de outros eventos, tal como Praia 24 horas (que não acontece mais aqui no Porto da Barra, atraves do esforço dos moradores e o Movimento SOS Barra no Ministerio Publico Estadual http://sosbarra.blogspot.com/). Então divulguem para o mundo enteiro o que acontece en nome de uma festa momesca. Podem também nos encontrar no Facebook, onde tivemos muitas críticas, além das questões ambientais, sobre o Carnaval.

REDE Os Verdes disse...

Olá Ana, recebemos sua manifestação. Com certeza iremos colocar os créditos do trabalho. Recebemos de um colaborador importante de nosso Blog e parece que da mesma pessoa que realizou a Ação. Bom, indexamos o tema no Ocioso e tivemos mais de 12 mil visitas na postagem. Isso é muito bom para alertar sobre o problema. Nosso Blog e a REDE Os Verdes estão a disposição para publicações que indicares. Nosso e-mail é osverdestapes3@gmail.com

Muito Obrigado pela Visita e pela informação.

Saudações Verdes

Julio Wandam
GTCOM/REDE
Os Verdes de Tapes

Beatriz disse...

Vamos ensinar o povo brasileiro a cuidar da nossa riqueza começando pela educação.LIXO é na lixeira.