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domingo, 10 de abril de 2011

A pobreza, a riqueza e a honestidade

 A pobreza, a riqueza e a honestidade 
Por Pedro Valls Feu Rosa 
Há algum tempo noticiou-se o caso de um caminhão carregado de caixas de cerveja que acidentou-se em uma estrada brasileira. Chocou, na notícia, a descrição do saque que se seguiu ao acidente: motoristas que passavam pelo local estacionavam ao lado da carreta tombada e enchiam os bancos e porta-malas dos seus carros de garrafas e engradados de cerveja. Eis algo que nos coloca a pensar: não eram pobres miseráveis lutando por comida, mas sim pessoas que tinham meios de subsistência (ou não teriam veículos) carregando bebida alcoólica!
Este episódio me trouxe à memória um outro, ocorrido há alguns anos na rica Inglaterra. Um navio encalhou na praia de Branscombe, em Devon. E eis que os moradores da região, detentores de um dos bons padrões de vida do planeta, saquearam a carga, carregando pacotes de fraldas, caixas de vinho e até mesmo 15 motocicletas da marca BMW! Ainda naquele pais, a BBC News divulgou pesquisa segundo a qual os furtos em lojas custam 2,1 bilhões de Libras a cada ano, já tendo causado a falência de várias empresas.
Curioso, isto: algumas pessoas educadas, que tiveram melhores chances na vida, e que deveriam dar o exemplo, são exatamente as que mais cometem crimes! A propósito, publicou-se, em 2007, os resultados de uma pesquisa segundo a qual os brasileiros de maior renda e escolaridade são os que mais adquirem produtos falsificados. Há também um estudo da Universidade da Flórida (EUA) segundo o qual 28% das pessoas que furtam cigarros nos Estados Unidos pertencem à classe alta, e 45% das que carregam roupas de lojas são da classe média. Somadas, as classes média e alta superam os furtos praticados pelos integrantes das camadas mais baixas da população!
Ainda mais chocante foi um levantamento divulgado pelo Governo da Bahia há poucos anos: dos 298 donos de BMW do Estado, 32% não pagaram os impostos devidos, contra apenas 18% dos proprietários de veículos populares. Coincidência? Não: 27% dos donos de Alfa Romeo e 30% dos proprietários dos Mazda japoneses sonegaram tributos, contra 20% dos que têm na garagem o modelo mais barato da Fiat.
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