Um elefante incomoda muita gente
Um lixão com 4 anos sem licença ambiental e 28 anos de poluição, incomoda muito mais
Vaca bebe chorume |
Esse vai ser o Mantra e choradeira parecida com aquela “lenda do cofre vazio” que recebi “do outro que me antecedeu”, e depois a gente escuta isso sempre, o resto do mandato.
Certo dia uma senhora me parou na rua para perguntar “em que pé estava a situação do lixão” e lhe respondi que depois de ficar sendo chutada para lá para cá a Ação Popular e ter sido empurrada pela barriga durante mais de 4 anos (em que se encontra sem licença ambiental e poluindo), agora estava na mão da Juíza de Tapes (se presume) para que a sentença seja dada, em favor do meio ambiente e da legalidade dos documentos do direito ambiental e da própria constituição.
Chorume corre pelo campo |
A poluição continua e o chorume escorre pelo campo de butiazeiros, sendo depositados os lixos sem a devida cobertura, ocasionando maiores danos ao ambiente em 28 anos de existência de uma chaga purulenta em meio aos butiazeiros de Tapes.
Desde 2005, quando da assinatura do segundo TAC, este em outubro daquele ano, a situação tomou um rumo “estranho” à todos os tipos possíveis de entendimento e de procedimentos legais existentes.
Aprovada as pressas em junho de 2006, um parecer em que o COMPEMA permitia e informava ao Ministério Público da cidade, que autorizava a continuidade dos despejos de lixos no Lixão da Camélia, teriam assim garantido um “amém”, que nebuloso ficou até o ano de 2010 quando a Prefeitura falou em licença verbal, autorização verbal e até mesmo escreveu num papel público ter recebido “anuência” do MP da cidade, para com os despejos de lixos de forma irregular no lixão.
Cinegrafista da Band filma chorume |
O fato de o lixão ter 28 anos, e estar na hora de ser fechado, é justamente por causa dos artifícios utilizados para ludibriar e manipular a solução da situação, quando durante mais de 4 anos iludiram a todos, inclusive as autoridades com promessas de aterros sanitários, que poderiam ser “lixões” disfarçados, maquiados, o comum na região.
Enquanto se utilizam de meios para barrar o Tsunami iminente de retornos previstos, frente ao descaso governamental durante duas décadas na questão ambiental, posso afirmar que existe um abismo entre a solução e a vontade política que isso mude, pois o que mais houveram foram promessas de que alguma mudança ocorreria, que em verdade, jamais existiram.
Chorume acumulado nos buracos |
Em meio aos butiazeiros que restaram, um lixão fédido e poluente |
Caminhão despeja os lixos |
Aguardamos, como sempre aguardamos a sábia decisão da Justiça, que em nenhum momento deixou de asseverar a necessidade de solução, mesmo que isso não esteja nos planos da administração pública, que amarrou a solução a um negócio bem lucrativo que queriam trazer para a cidade vizinha que não quis, e depois para Tapes e quando da negativa da população, que colocou uma pá de cal no assunto, ficou mais de dois anos empurrando a promessa de aterro sanitário, sendo até mesmo a desculpa na rede de televisão que lhe entrevistou. Os fatos se atestaram gravíssimos quando se mostrou que jamais foi adotada medida legal e jurídica para confirmar as promessas de solução feitas para a Justiça, quando entra em cena atrasada (...), a FEPAM que veio em Tapes após denúncia em setembro de 2010, mesmo sabedora das irregularidades desde 2005.
Assim, está a Prefeitura autuada e multada pelo órgão ambiental, com prazos já descumpridos na sua totalidade e duas audiências realizadas na Justiça da Comarca para sentenciarem a parte Ré no processo movido para acabar com aquela poluição tamanha e perigosa. Estamos esperando que seja fechado aquele local insalubre e que a Prefeitura “resolva da pior forma”, pois quando tiveram a oportunidade de “resolverem pela melhor forma”, optaram pela “malandragem” de acreditarem que no mundo, “só tem coitados, analfabetos, serviçais e Mané”.
Entre estes, os lixos perigosos |
Por Julio Wandam
Ambientalista
Um comentário:
Caro Julio, parabéns pela matéria, também vale para todas as demais..., e a nível Brasil.
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