Trabalhar por um PT
autêntico em Tapes
O Partido dos Trabalhadores em nossa cidade tem história e uma base que durante muitos anos adquiriu respeito e a convicção da importância deste partido no cenário político de Tapes. No gênese de nossa existência, como militantes de um Partido dos Trabalhadores, sempre refutamos a “falsa política” e optando pela participação popular, não apenas elegendo nossos representantes, mas debatendo e deliberando pelo bem comum, fazendo a “boa política”.
Quando do nascimento do PT tapense, poucos aderiram a causa de militar politicamente pelos destinos da cidade, receosos ainda com os resquícios de uma ditadura que trouxe a dor e o medo como monumentos que fincaram suas bases em muitas vidas, que foram alijadas da sua condição de falar e defender suas idéias e ideologias durante os Anos de Chumbo.
Mesmo assim, alguns bravos consolidaram este partido em Tapes, quando com parcos recursos e muita desconfiança do eleitorado, fizeram sacrifícios para manter acesa uma proposta de vanguarda e que iria se consolidar para trazer alguma “luz ao fim do túnel” que, mantinha as sombras da política ditatorial e os medos afetos a este regime político, ainda vigente na cidade.
A ditadura havia muito acabara. A condição de militar em um Partido dos Trabalhadores fez uma mudança em muitas vidas de cidadãos Tapenses. Muitos estavam no ‘front’ durante eleições, marcando o território e abrindo espaços de convergência para chegar ao poder local.
Com altos e baixos no começo da incipiente idéia de partido, que estava trazendo jovens e ‘inconformados’ com a situação contínua de decréscimo no desenvolvimento cultural e econômico da cidade, reflete, passados quase 30 anos de existência, que a situação é meramente uma cópia passada dos efeitos da ‘falsa política’ que se mantém nestes longos anos, que trouxeram mais desgaste e descrença no valor do voto.
Mesmo com a chegada ao poder público e que tenha sido bradada a ideologia e defendidas bandeiras caras ao sentimento do petista, num dado momento há uma inversão de valores e discursos que comprometeram nossa base e a causa que nos une.
Durante os últimos seis anos, participamos ativamente do Poder Executivo e durante 8 anos estivemos no lado da população na Casa de Leis e de fiscalização da “coisa pública”. E o que mudou neste tempo? Quais foram os avanços para o partido no qual militamos e temos ideologia, que sabemos não se adquire no bar da esquina e nem de uma hora para outra se decide “ser petista” porque noutro partido, não se tem serventia.
Estavamos atrelados a um Governo Municipal e durante estes seis anos de administração ‘ainda’ está mostrando à que veio, sem que tivéssemos uma visão clara do que se pretendia fazer nos próximos dois anos para efetivamente cumprirem mais de 90% do que prometeram e estavam “planejando” para a cidade.
Outros ‘planos’ foram descortinados neste tempo, causando uma espécie de ‘frisson’ quando pensadas, para logo em seguida serem repetidamente veiculadas nos meios de comunicação para o povo soubesse da ‘boa nova’, que neste tempo todo, se mostraram inexeqüíveis e inúteis ao contexto de atendimento primário, que objetiva como obrigação que o ‘povo seja privilegiado’, e não em detrimento desta obrigação se busque verbas para Complexo Turístico da Cidade dos Cavalos, Revitalizações da Orla que irão manter a situação como está, com promessas não garantidas de verbas e licenças para atender antigo reclame dos profissionais da pesca.
Não obstante, a construção de pequenos ‘elefantes brancos’ nas comunidades, sem que tenham sido concluídas as obras e aquelas prontas, depredadas pelos vândalos, expõem o que tanto tememos, que novamente o expediente de inaugurações que antecedem eleições viesse a desgastar ainda mais a presença petista no Governo Municipal, pois a prática da ‘falsa política’ ainda é vigente e mantém suas formas de dominação semelhantes aos tempos de origem de nossa história, que jamais compactuou com este modelo de governança que não leva em conta a decisão popular e a interpretação do que é útil ao interesse público, pois o interesses privados sempre estiveram “muito bem, obrigado!“, aqui na cidade de Tapes.
Com uma visão mais cautelosa em relação ao contexto político local e toda a critica aberta e de conhecimento público em relação ao ‘modus operandi’ do Governo Municipal, não temos outra alternativa, não seja o de refletirmos sobre este ‘papel’ que obtemos numa caminhada de décadas, quando mantínhamos de forma mínima uma ligação com o poder local, mas que prejudicava o todo pela necessidade de avançarmos em direção a uma proposta autêntica de partido para Tapes e para os Trabalhadores da cidade, sejam eles funcionários públicos, comerciantes, bancários, professores, agricultores, pescadores, artesões, médicos e policiais, que sabem poderemos mudar com certeza, desde que tenhamos certeza do que queremos como entes com poder de alterar um destino comum à todos, para uma cidade com qualidade de vida e progresso social e econômico.
Para tanto, a participação dos militantes ativos na causa do PT em Tapes, que devem pensar sobre este momento em que vivemos e qual futuro queremos para nossos sonhos e utopias, pois sem elas, jamais teríamos chegado onde chegamos, quando a realidade se apresenta sempre depois dos sonhos e desejos de uma cidade melhor, com um povo melhor e um futuro mais justo e igualitário, fraterno e solidário.
Eduardo Benites
Militante Petista
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