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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Como prevemos e registramos desastres naturais


Como prevemos e registramos desastres naturais
Saiba como a humanidade lida com terremotos, tsunamis, vulcões e outros desastres naturais
Por Felipe Arruda
Fenômenos naturais acontecem o tempo todo. Alguns são imperceptíveis e outros avassaladores. Esses fenômenos se tornam desastres naturais quando acontecem em áreas habitadas ou exploradas por nós.
Em muitos casos, milhares de vidas são perdidas em pouquíssimo tempo. Além disso, cidades podem acabar com a infraestrutura bastante prejudicada e seus habitantes tendo que recomeçar a vida do zero.
Mas o que fazemos para prever e amenizar os efeitos desses desastres? A tecnologia pode nos ajudar? Para responder essas e outras questões, preparamos esta pequena lista descrevendo como acontecem alguns fenômenos naturais e o que fazemos para conviver com eles.
Terremotos
Os tremores, sismos ou terremotos, como são mais conhecidos, são vibrações na camada externa da Terra causadas por fenômenos que acontecem no interior do nosso planeta. Quando apreciamos as belas imagens da Terra vista do espaço, fica difícil imaginar que vivemos em uma superfície relativamente fina e, pior ainda, em movimento.
Se pudéssemos cortar a Terra ao meio, teríamos, grosso modo, uma composição parecida com a de um ovo: a gema do ovo seria o núcleo, a clara equivaleria à camada conhecida como manto, e a casca seria a litosfera, camada que combina a crosta terrestre e o manto superior.
Assim como no ovo, se compararmos a nossa “casca” com as outras camadas, perceberemos que ela também é fina e frágil. A espessura da crosta terrestre varia de 5 a 70 quilômetros e é toda fragmentada. Se conseguíssemos esvaziar os oceanos, veríamos que ela se parece com um quebra-cabeça, com divisões visíveis entre as peças. E para nós, cada uma dessas peças que compõem a superfície da Terra é chamada de placa tectônica.
O que torna a estrutura da Terra ainda mais interessante é que as camadas mais profundas, como o núcleo, não são sólidas. O manto possui uma consistência viscosa, mais sólida quando próxima da superfície. Já o núcleo externo, camada que vem antes do núcleo propriamente dito, é composto de ferro e níquel líquidos, já que a temperatura nessa região varia de 4,4 mil a 6,1 mil °C.
A dança do tremor
Por causa da temperatura excessivamente quente dessas camadas, algumas partes do manto acabam ficando mais leves e subindo à superfície. Porém, essas partes começam a descer ao chegar perto da superfície, provavelmente pela redução da temperatura. Esse movimento de sobe e desce acaba movimentando as placas tectônicas, que compõem a camada externa do nosso planeta.
Como você já deve ter imaginado, às vezes essas placas se raspam ou colidem umas contra as outras. Quando isso acontece, uma quantidade absurda de energia é liberada, equivalente a milhares de bombas atômicas. A onda de choque proveniente desse evento faz a superfície da Terra tremer, causando os terremotos.
Sismógrafos e sismômetros
Sismógrafos são os equipamentos usados para registrar as ondas sísmicas que atravessam o globo terrestre. Eles fazem isso com a ajuda de outro equipamento, o sismômetro, responsável por detectar o movimento do solo.
Com esses registros é possível identificar o hipocentro, ponto de origem do terremoto, e o epicentro, ponto da superfície da Terra que está diretamente acima do hipocentro, normalmente também o ponto que sofre o maior dano.
O primeiro sismocópio 
O “pai” dos sismômetros e sismógrafos é o sismocópio, um equipamento que apenas detecta um tremor de terra, diferentemente de seus sucessores, que detectam e medem o fenômeno.
Os chineses foram os primeiros a criarem um aparelho para detectar terremotos. No ano 132 de nossa era, o cientista Zhang Heng construiu um sismocópio que, de tão bonito, poderia até servir como peça de decoração.
De acordo com registros históricos, o aparelho se parecia com um vaso, de onde saíam esculturas de oito cabeças de dragões da parte mais alta. A boca de cada dragão segurava uma bolinha de cobre e, abaixo de cada uma delas havia um sapo, também de cobre, com a boca aberta.
Quando um tremor era identificado pelo mecanismo interno do vaso, uma das bolinhas presas pelos dragões caía dentro da boca do respectivo sapo. Além do tremor, o sapo que recebeu a bolinha também indicava a direção de propagação do terremoto.
Os sismógrafos atuais
Existem muitos tipos de sismógrafos, mas eles funcionam todos com base no princípio da inércia, estipulado por Newton: um corpo que esteja em movimento tende a permanecer em movimento a não ser que uma força aja sobre ele, assim como um corpo em repouso tende a permanecer em repouso a não ser que também sofra a ação de alguma força.
Os sismógrafos são criados de forma que possam registrar vibrações da terra e, para que sejam confiáveis, o dispositivo que registra essas vibrações não pode se mover. Assim, uma “caneta” é fixada a um pêndulo de massa muito grande, preso por uma mola que absorve o movimento da terra.

Neste vídeo, que demonstra o modelo de sismógrafo vertical, podemos ter uma ideia melhor do funcionamento e constatar que o que se move é a terra e a estrutura do equipamento, mas não o dispositivo que faz o registro das ondas sísmicas:
Um detalhe importante na utilização de um sismógrafo é o de que ele deve ser isolado, para que não capte a vibração de um caminhão passando na rua, por exemplo. Por isso, para evitar esse tipo de interferência os sismógrafos estão, normalmente, localizados em áreas mais isoladas e conectados a um tipo de rocha conhecido como “matriz”, sobre a qual se origina o solo.
Além disso, os sismógrafos costumam usar componentes eletrônicos para amplificar o sinal dos tremores e, com isso, registrar terremotos que sejam até mesmo imperceptíveis para nós.
Hoje o registro gráfico das ondas sísmicas, também conhecido como sismograma, é feito por computadores desenvolvidos especialmente para essa função. Normalmente eles também estão conectados a um sistema de transmissão de dados via satélite, possibilitando assim que o mundo todo receba a notícia de um terremoto tão logo ele aconteça.
Alguns centros de pesquisa chegam a transmitir os sismogramas pela internet, com atualização de cinco em cinco minutos, por exemplo. Você pode visualizar esses dados gratuitamente na internet, assim como ficar sabendo dos últimos terremotos que aconteceram no mundo.
Leia mais em: TEC Mundo

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