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domingo, 15 de janeiro de 2012

Relógio do Apocalipse é ajustado em 1 min e chega a 23h55

Robert Socolow, professor da Princeton University, anuncia a mudança nos ponteiros do Juízo Final, em Washington - Foto: AFP
Relógio do Apocalipse é ajustado em 1 min e chega a 23h55 
Por Ligia Hougland 
O Relógio do Apocalipse aproximou-se mais da meia-noite. Cientistas atômicos que atualizam seus ponteiros sempre que consideram que os riscos de uma catástrofe nuclear ou climática têm um impacto sobre o tempo de vida de nosso planeta o ajustaram para cinco minutos para a meia-noite. Em 2010, a previsão era mais otimista, e o relógio marcava seis minutos para a meia-noite. 
Esta última atualização pessimista foi anunciada nesta terça-feira, em Washington, pelo Bulletin of the Atomic Scientists (BAS), uma publicação organizada pelos maiores nomes do mundo da ciência atômica, incluindo o mais prestigiado físico da atualidade, o britânico Stephen Hawking. 
Os cientistas baseiam a decisão de atrasar ou adiantar o Relógio do Apocalipse nas atuais situações políticas e climáticas globais. "A situação mundial piorou devido aos perigos de proliferação nuclear e mudança climática", afirmou Lawrence Krauss, astrofísico e cosmotólogo que é vice-presidente do BAS. 
"A comunidade global não fez progresso algum para melhorar a situação e isso vai nos colocar em um caminho muito difícil. Podemos ter chegado a uma situação sem saída com respeito aos esforços para evitar catástrofe resultantes de mudanças na atmosfera terrestre", disse Allison Macfarlane, presidente da BAC. 
A maior preocupação dos cientistas são os impactos do desastre do qual foi vítima o Japão, em 2011 e a proliferação de programas nucleares. Eles também acreditam que a Coreia do Norte é motivo de preocupação e, assim como outros países que apresentam problemas para a comunidade global, é um sintoma de um problema na realidade maior e global e defendem que é necessário que tanto países com programas nucleares quanto as nações sem programas nucleares precisam agir imediatamente. 
Em 2007, devido à ameaça representada pelos programas nucleares da Coreia do Norte e do Irã, além do renovado interesse dos EUA em usar armas nucleares, o relógio marcava cinco minutos para a meia-noite. Neste mesmo ano, os cientistas adicionaram o fator mudança climática ao cálculo para definir o Relógio do Apocalipse. 
Os esforços da comunidade global para reduzir o arsenal nuclear e limitar as consequências negativas da mudança climática surtiram efeito e, em 2010, o relógio foi atrasado em um minuto, marcando seis minutos para a meia-noite. Mas agora, segundo os cientistas, a comunidade global teve um retrocesso devido a políticas que não parecem levar em conta o bem-estar do planeta. 
"Nos EUA, a política está nos guiando e não a lógica", disse Krauss, sobre a posição do país quanto a mudança climática. Mas o grupo de cientistas lembra que os EUA não estão sozinhos ao assumirem esta postura.
O Relógio do Apocalipse foi criado poucos anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, em 1947, como um método de alertar o mundo quanto à vulnerabilidade do planeta. Desde que foi criado, o relógio tem variado entre dois a 17 minutos na sua previsão do apocalipse. Os ponteiros do relógio apontaram para o prognóstico mais desesperador em 1953, indicando apenas dois minutos para a temível meia-noite. O motivo disso foi que, no ano anterior, os Estados Unidos testaram a Bomba H, uma bomba de hidrogênio capaz de exterminar a raça humana. Nove meses depois, os soviéticos repetiram o experimento. 
Com o fim da Guerra Fria e a queda do império soviético, o Relógio do Apocalipse começou a apresentar previsões mais otimistas. A melhor delas, até agora, foi em 1991, quando os ponteiros marcavam 17 minutos para o fim do mundo. O motivo disso foi que, naquele ano, os EUA e a União Soviética assinaram o Tratado para a Redução de Armas Estratégicas. 
Fonte: REDE Os Verdes/via Facebook

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