Professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), José Oswaldo de Araújo, diz que grande parte do problema é causado pela intervenção humana que leva ao desequilibro da natureza.
Falta de planejamento por parte dos órgão públicos é criticada por especialista As chuvas não podem ser as únicas responsáveis por tragédias como a que atingiu Angra dos Reis nos últimos dias, após o deslizamento de encostas que já provocaram pelo menos 52 mortes. A falta de planejamento urbano e a ausência de fiscalização sobre as ocupações ilegais também estão entre as causas do problema, na avaliação do professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), José Oswaldo de Araújo. “Não é só culpa da chuva. Grande parte do problema é causado pela intervenção humana que leva ao desequilibro da natureza”. Na Ilha Grande, por exemplo, segundo Araújo, a ocupação humana e o corte da vegetação deixaram o solo mais suscetível a infiltrações. Com o acúmulo de água, o solo ultrapassou o limite de saturação e desabou.“Desce como um rio de lama”, compara. O geólogo da UnB argumenta que há conhecimento técnico consolidado sobre riscos de ocupações de encostas, mas que muitas vezes essas avaliações não são consideradas, mesmo em casos em que os mapeamentos geotécnicos e geológicos apontam riscos de deslizamentos e desabamentos. “É inconcebível que não haja planejamento. E não existe fiscalização suficiente, as pessoas começam a habitar, não existe controle e aí acontecem as tragédias”. Na avaliação de Araújo, a repetição de acidentes com encostas, como os episódios em Santa Catarina e Minas Gerais, mostram a necessidade de mais rigor no cumprimento e fiscalização do ordenamento territorial das cidades. “Não é preciso ser profeta para dizer que quando as chuvas passarem e a estação seca chegar ninguém vai falar mais desse assunto e, em janeiro de 2011, novos acidentes vão acontecer”.
FONTE: Agência Brasil/EcoAgência
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