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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A força da natureza Editorial do Jornal Gazeta de Ribeirão

A força da natureza
As forças da natureza sempre se impuseram ao ser humano, que se desdobra para desenvolver técnicas e estruturas para se defender dos efeitos devastadores do clima.
Os fenômenos fazem parte da acomodação geológica do planeta, que atravessa séculos no sentido de buscar o seu equilíbrio.
O homem é espectador e agente de muitas das transformações que levam a tragédias.
O Brasil vem sendo especialmente atingido por fortes chuvas e inundações, atribuídos à sazonalidade de fenômenos como El Niño.
O desequilíbrio climático tem provocado precipitações anormais em várias regiões, ainda que a previsibilidade seja relativa e muitas medidas preventivas possam ser antecipadas.

Este ano tem sido particularmente difícil, com o registro de graves acidentes e uma precipitação acima da média dos anos anteriores, ainda que possam remeter a fatos recentes com as enchentes no Rio de Janeiro e Santa Catarina. Angra dos Reis e São Luís do Paraitinga são os símbolos da tragédia deste ano, reflexo do que acontece em todas as regiões, onde as chuvas castigam as estruturas inadequadas para proteger os cidadãos.

No Sistema Cantareira, que controla a vazão dos rios que abastecem uma vasta área que inclui a Capital, o nível das represas está no limite, antecipando que as comportas poderão ser abertas a qualquer instante.
O volume de água da Estação Jaguari, em Joanópolis, é o maior dos últimos 70 anos, e as represas que formam o Rio Atibaia estão operando em níveis de 89,11% e 97,13% de suas capacidades. A situação coloca em alerta os municípios às margens dos rios Atibaia e Jaguari.

A situação é preocupante e os serviços de defesa civil acompanham com atenção a movimentação das águas, prevendo a aplicação de um plano de evacuação antienchente para proteger a população das áreas ribeirinhas ameaçadas.
Eventos como esse fazem refletir sobre a irresponsabilidade da ocupação de áreas de risco. Testemunho de moradores mostram a má-fé de quem vendeu os imóveis sem alertar para o risco de enchentes, ou que áreas que hoje comportam loteamentos inteiros eram constantemente alagadas antes do controle do Sistema Cantareira.
Esses locais são hoje o que apresentam maior fator de risco. Essa sanha de ocupações ribeirinhas, com o consequente desequilíbrio ambiental, pode ser evitada com políticas de controle e disciplinamento do uso do solo. Caso contrário, a solução será sempre a busca de planos emergenciais de evacuação e prejuízos.

Fonte: Gazeta de Ribeirão
Imagem: Internet

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