Ao desenvolver a Teoria de Gaia, o cientista inglês James Lovelock sustentou a ideia de que o planeta Terra é um gigantesco organismo vivo, que se autorregula e abrange todas as formas vivas existentes (inclusive os seres humanos).
Admitindo que a Teoria de Gaia seja plausível, podemos classificar o quadro global de devastação ambiental como uma doença crônica desse superorganismo, assim como o aumento da temperatura no planeta pode ser comparado ao estado febril de uma pessoa.
Quando uma doença se abate sobre um organismo, pode ocorrer um entre três resultados: a remediação, que resultará na destruição dos patogênicos invasores; a infecção crônica, que levará à morte do hospedeiro (e, consequentemente, do invasor), ou, ainda, a construção de uma relação mutuamente vantajosa entre invasor e hospedeiro, conhecida na biologia como simbiose.
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A nossa convivência em sociedade deixa claro o quanto podemos ser inteligentes como indivíduos e o quanto somos limitados, ignorantes e grosseiros como coletivo. De certa forma nossas “qualidades” coletivas refletem-se nas pessoas que escolhemos para nos representar e, a partir disso, não surpreende a falta de resultado em Copenhague, a miséria do Haiti, os escândalos na política, os conflitos armados e a febre de Gaia.
Artigo publicado originalmente pelo jornal Zero Hora em 21 de janeiro de 2010
(Edição nº 16.222; p. 26)
Rafael Fernandes é Tecnólogo Ambiental
e-mail: proecologica@proecologica.com.br
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