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domingo, 5 de agosto de 2012

Manifestação em Tapes marca uma semana do assassinato de André Alves

Manifestação em Tapes marca uma semana do assassinato de André Alves
Dezenas de pessoas na Avenida Assis Brasil, ao som da batita forte do tambor solitário em meio ao silêncio e consternação pelo assassinato, uma semana atrás, do Jovem André Alves, 22 anos, morto a facadas junto a orla de Tapes, próximo aos engenhos, no começo da Rua Flores da Cunha, centro da cidade. 
A morte deste rapaz suscitou em meio a comunidade, entre as famílias, entidades e tantas outras pessoas, a necessidade de manifestarem a indignação pela morte brutal, sem motivos e suspeita-se por preconceito, a tão combatida 'homofobia', que nos grandes centros urbanos está sendo verificada a existência enraizada em culturas estranhas ao convívio social, mas em Tapes, uma pacata cidade do interior, este fato acendeu a 'luz vermelha' de alerta. As redes sociais, como o Facebook convocaram a população e amigos do Jovem.
Debate necessário
A realidade noturna em Tapes carece de uma avaliação técnica capaz de definir o que está acontecendo, quando há reclames de 'zoeiras' na praça central, em meio a madrugadas nos finais de semana, protagonizadas por crianças de 13, 14, 16 anos, que deveriam estar em suas casas e protegidas por suas famílias. 
Quando isso não ocorre, deveria em tese, o Estado e as organizações que protegem e defendem os direitos agirem no sentido de responsabilizar estes pais pelo não cumprimento de seus deveres de cuidar e proteger suas crianças e adolescentes. 
Fica a impressão de que são os agentes de segurança públicas, os responsáveis pela guarda destas crianças nas ruas, quando não o são de forma alguma, pois todos têm famílias e responsáveis legais que devem responder pelos atos praticados por seus filhos. 
Avenida Assis Brasil recebe dezenas de pessoas para caminhada
Noites perigosas 
No que tange a questão da segurança para os jovens saírem às ruas na noite, há muito se discute a necessidade de controle maior, mesmo isso ocorrendo, com ações do policiamento ostensivo realizando seu trabalho de abordar, identificar e recolher infratores, bem como o policiamento investigativo que da mesma forma combate o crime na cidade, dia e noite, para retirar das ruas potenciais perigos às pessoas e as famílias tapenses. 
Mas há muito que se conhecer da realidade noturna e perceberem o quanto é perigoso para muitos jovens da cidade. 
Existe outro fator que não é levado em conta, como a responsabilização daqueles pais que permitem e acreditam que a segurança de seus filhos seja apenas papel das autoridades, quando em verdade, em muito haveria contribuição da sociedade, se fosse precedido o debate sobre a segurança das pessoas, dos patrimônios pessoais, se o debate começasse na raiz do problema, a família e sua estrutura social e cultural. 
Em frente a Delegacia de Polícia em Tapes
Investigação continua 
Mesmo tendo havido a prisão e interrogatório de dois suspeitos do crime, a Polícia Civil ainda não colocou atrás das grades este criminoso. Segundo as autoridades, deve haver cooperação de amigos e pessoas da cidade que possam ter presenciado alguma movimentação estranha naquela noite de 27de julho, uma sexta-feira, entre as 20hs às 21hs, próximo dos engenhos no começo da Rua Flores da Cunha. 
O que os policiais que investigam esperam, é que testemunhas ou pessoas que possam ter conhecimento dos autores do crime, façam sua parte e procurem a Polícia ou façam a denúncia de forma anônima. 
Várias entidades de Tapes e região participaram da Caminhada
Homofobia seria motivo 
O que está sendo avaliado por pessoas que conheciam a vítima e suspeita-se seja os motivos do crime, é a existência de homofobia neste caso. Tal fato chamou a atenção de grupos organizados no Estado do RS para combater este mal da sociedade, e que ainda insiste em ser utilizado por segmentos minoritários para atacar grupos gays, travestis, skaitistas, negros e minorias étnicas. 
Na capital do Estado, já foram identificadas ações recentes destes grupos que espancaram jovens nas ruas, sem que fossem capturados e indiciados pelos crimes de racismo, preconceito e homofobia. 
No palanque da Praça Rui Barbosa houve manifestação de ativistas
No caso de Tapes, foi firmado compromisso pelos ativistas das organizações anti-homofobia presentes na manifestação, que será feito contato com órgãos de segurança e de direitos humanos do Estado para que seja dado atenção à este crime, afim de coibir novos atentados e seja criada condições de segurança para as minorias agredidas na sua condição cidadã. 
Por Júlio Wandam
Fonte: REDE Os Verdes
Fotos: Jobama Machado/via Facebook
Mais fotos da Manifestação, click aqui

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