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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Mendacium et hypocrisis" - Júlio Wandam

"Mendacium et hypocrisis"
"A mentira desconcerta e a hipocrisia confunde - Mendacium dissociat et hypocrisis perturbat"
A verdade, posto que impotente é sempre perdedora em choque frontal com o poder, possui uma força que lhe é própria: o que quer que possam idear aqueles que detêm o poder, eles são incapazes de descobrir ou excogitar substituto viável para ela. A persuasão e a violência podem destruir a verdade, mas não substituí-la. A idéia de que o mundo quer ser enganado tornou-se mais verdadeira do que, sem dúvida, jamais pretendeu ser. Não somente os homens caem no logro, como se diz, desde que isso lhe dê uma satisfação por mais fugaz que seja, como também desejam essa impostura que eles próprios entrevêem; esforçam-se por fecharem os olhos e aprovam, numa espécie de auto-desprezo, aquilo que lhes ocorre e do qual sabem por que é fabricado. Sem o confessar, pressentem que suas vidas se lhes tornam intoleráveis tão logo não mais se agarrem a satisfações que na realidade, são ou não, Diplomacia Verdadeirística*.
Preocupa-me um futuro incerto, posto que, 'se já era ruim, ficará agora pior’, a famosa 'Gestiones ambientalis' que em Tapes é cantada em prosa e verso, como que a 9ª Maravilha do Mundo fosse aqui. Não é, e sabemos ser mentira que exista! Faz tempo que se sucedem eventos em que os 'alcaides' locais acabam sendo convidados pelo Ministério Público para tomarem solução, visto o total descalabro em se encontra a 'Gestiones ambientalis' da cidade de Tapes.
Quando relembramos de fatos mais recentes, como do Caso do Lixão da Camélia com '4 ANOS SEM LICENÇA AMBIENTAL!' e de que lixões pululam pelos bairros da cidade, penso que desculpas não bastam. A 'Gestiones ambientalis' de Tapes é deficitária não pelos funcionários, ou pelo "Gestor" indicado por ser das hostes do Partido no Poder e no comando do Paço Municipal. Na última sexta-feira (02/10), a técnica responsável pela Secretaria do Meio Ambiente, (Eu disse - RESPONSÁVEL) pela secretaria, pediu exoneração. Conhecendo os tamanhos dos "abacaxis, pepinos" e das "abobrinhas" ditas sobre a questão ambiental em Tapes, penso que 'demorou' para ela tomar esta atitude e preservar-se. Nesse tipo de lagoa, "nem Jacaré" nada, pois pode se contaminar numa sanga das Charqueadas ou, no mundialmente conhecido ‘Lixão da Camélia’, por exemplo.
Então, a 'Gestiones ambientalis' não é prioridade, em nenhum quesito destes que Governam a cidade. No dia 21 de setembro de 2009, no Dia das Árvores, aquelas que nos sustentam pelo ar que respiramos e pelo equilíbrio ecológico do planeta, ouvi atentamente o discurso sobre a 'Gestiones ambientalis' vinda do Prefeito na Casa do Povo. Gravei até! O evento tratava da Reserva Legal e as mudanças nas leis ambientais no Estado.
O que me chamou a atenção no fato e no momento em que se encontravam lá pessoas que pensam nas árvores, e outras criaturas de “Deus” que pensam seja 'somente mato' o que está nas beiras de arroios, sangas, rios, lagoas, lagos, topos e bordas de morros, chapadas, restingas, banhados, etceterás e tal, foi de que o discurso era muito parecido com aqueles que se 'faz em palanque' em período eleitoral. Pior, é que as alterações no Código Ambiental do Estado seriam mínimas. Vão revogar “toda a legislação do RS”. Pretendem alterar drasticamente uma série de Leis importante e construídas durante décadas, como a lei 11.520/2000, por uma 'forjada' em poucos meses conforme os interesses políticos e de negócios dos que pretendem se alçar no vôo para Brasília, com votos dos agricultores de Tapes, do RS e do Brasil. Estes que produzem alimentos para o país, que segundo o último Censo Agro-pecuário são responsáveis por 88% do feijão que está na mesa do Brasileiro.
Quando o Deputado 'em campanha' contra a Reserva legal e as leis ambientais puxou o velho 'mantra' do Ministro Carlos Minc ‘Maconheiro e Veado’, que agora usam nos palanques dos ‘agro-dinos’ para mitigar a existência de um Ministro do Meio Ambiente, fiquei pensando que a mentira desconcerta e a hipocrisia confunde com força, tornando-nos reféns de um processo confuso e imoral, por que não dizer ilegal de tratar do assunto do qual a sobrevivência da sociedade está no bojo das preocupações dos ambientalistas, que para os políticos do 'agronegócio' são tratados como o 'resto da lavoura' e que o negócio é desenvolver, ‘- mas temos que preservar o meio ambiente’ é o discurso oficial, como se fossemos tolos em uma platéia assistindo ao teatro da Hipocrisia e da Mentira.
Senti falta da claque dos causídicos e ex-ambientalistas que apoiavam em uma audiência pública no começo do ano a vinda de mais um Lixão (vulgo aterro sanitário) para Tapes, para fazerem algum barulho por lá, nem que fosse para apoiarem a derrubada das árvores no Dia da Árvore, conforme demonstraram sapientes sobre o assunto ‘meio ambiente’ a época deste infortúnio que desapareceu de Tapes, semelhante aos discursos a favor.
Um fato sobre o assunto, é que na mesma semana dos discursos inflamados contra a lei estadual e pré-conceitos aqui no rincão tapense, a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Kátia Abreu (DEM) e ruralistas, junto com indígenas ambientalistas no centro do país, na concepção dos presentes e do Gabeira, 'fumaram o cachimbo da paz'. Carlos Minc não foi, e portando, 'não fumou'!
Júlio Wandam
Ambientalista
*By Lótus

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