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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Butiazais de Tapes na pauta do MPE/RS

Butiazais de Tapes na pauta do Ministério Público Estadual/RS 
A Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, está convidando a população de Tapes, em especial, os proprietários de imóveis localizados na área do Butiazal de Tapes, para em Audiência Pública agendada para 24 de janeiro, as 10 horas da manhã, na Câmara de Vereadores da cidade, onde serão debatidos e apresentadas informações sobre este ambiente, considerado de importância ambiental, por existirem mais de 50 espécies de animais e plantas em extinção habitando a área, e uma floresta rara e única em extensão
Audiência Pública Sobre Preservação Butiazal de Tapes
O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul convidou a comunidade em geral, especialmente os proprietários para participar de audiência pública para debater a questão da proteção e preservação da localidade denominada de Butiazal de Tapes, objeto do Inquérito Civil n.º 01346.00001/2011, que atualmente tramita na Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre/RS.

MP da Barra do Ribeiro também tem IC sobre a área

A Promotoria de Justiça de Barra do Ribeiro, através do Inquérito Civil n° 00721.00028/2005, demandada pelo Promotor de Justiça Daniel Soares Indrusiak, tem a finalidade de proteger as espécies nativas da fauna e da flora do risco de extinção, em área aproximadamente de 800 hectares, localizada na divisa dos Municípios de Barra do Ribeiro e Tapes, à beira da Lagoa dos Patos, denominada Butiazal de Tapes.

RBS pautou a região em programa Nossa Terra

Com o título da chamada “Nossa Terra mostra o maior butiazal contínuo do RS” em 06 de janeiro de 2013 em horário nobre, foi divulgada pela RBS TV um trecho do Programa Nossa Terra que apresentou diversos ambientes do RS, importantes para a proteção ambiental, conservação das paisagens naturais. O Butiazal de Tapes foi apresentado em imagens belíssimas, sendo enfatizado o potencial destes ambientes para serem protegidos, conforme diversos estudos já realizados por órgãos do Governo Federal, do Estado e universidades.

O maior butiazal contínuo do Rio Grande do Sul fica a menos de 100 quilômetros de Porto Alegre, no município de Tapes, no limite com Barra do Ribeiro. O conjunto de árvores da família das palmeiras, que ocupa uma área de 800 hectares, é o que sobrou da vegetação que ocupava grandes extensões no estado há milhares de anos, quando o clima era mais frio. Nesta paisagem típica da costa e do Pampa, vivem pelo menos 50 espécies ameaçadas de extinção.


Jornal do Almoço apresenta Butiazais aos gaúchos

No Jornal do Almoço, programa de notícias do RS, foram apresentadas mais informações sobre o programa Nossa Terra, com entrevistas com técnicos que enfatizam os dados relacionados à importância ambiental do lugar.


CONSERVAÇÃO DOS BUTIAZAIS DE TAPES É ESTUDADA POR ALUNOS DA UERGS


Proprietária afirma ser o local ‘um paraíso de Deus’ 
Na cidade de Tapes, onde fica a sede da fazenda São Miguel, Dona Nair Heller trabalha há mais de 60 anos ao lado do esposo e dos filhos. A parte mais importante da fazenda é o butiazal, distribuído em mais de 800 hectares.


Importância reconhecida pela FZB/RS 

“Este butiazal chama a atenção pelo tamanho e a densidade. O fato de ser uma área ainda conservada faz com que encontremos lá várias plantas e animais que já são raros em outros locais”, afirma o botânico Fernando Becker, que coordenou um estudo sobre o local realizado pelo Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio), do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS.

Na pesquisa foram avaliadas 385 espécies de plantas, 220 de aves, 30 de répteis e 425 de cascudos. Os estudiosos encontraram inclusive um exemplar de mini lagarto julgado extinto. “O butiazal é remanescente de uma paisagem do passado, quando a temperatura era mais amena e propícia à formação de campos. Com as mudanças climáticas, o tempo ficou quente e úmido, favorecendo a diversidade”, informa o botânico.

 Às margens da Lagoa dos Patos e cercados pela Mata Atlântica, há butiás com centenas de anos. “Os indivíduos maiores têm entre 100 e 200 anos”, diz Becker. No entanto, de 2004 a 2011 parte do local foi utilizado como um lixão da prefeitura. Atualmente, após processo judicial, a área está livre do entulho e deve ser transformada em uma unidade de conservação. "O ideal é compatibilizar a manipulação da terra, por criadores de gado e agricultores que têm terras nos arredores, com a preservação da área", avisa.

Nas redes sociais, abaixo-assinado pela UC dos Butiazais 
Na Rede Social do Facebook em 2011, o Movimento Ambientalista Os Verdes, criou uma página "Eu Sou a Favor da UC dos Butiazais de Tapes", para divulgar informações e imagens do local, afim de continuar o trabalho desenvolvido desde 2005 por militantes, quando a Zero Hora publicou a primeira reportagem sobre a descoberta deste ambiente natural e as potencialidades do uso sustentável do lugar.
Neste momento, foi importante tomar-se a atitude de levar para outros fóruns o tema, tendo sido ampliada a visibilidade deste local e sua possível criação de Unidade de Conservação. 
Assine a Petição para a Criação da UC dos Butiazais de Tapes
Em 2005 e depois em 2008, em duas Conferências Nacionais de Meio Ambiente, militantes de Os Verdes conseguiram aprovar diretrizes e resoluções para enfatizar a necessidade de proteção daquele ambiente, visto se tratar de uma floresta rara do ponto de vista paisagístico e de ecossistemas interligados, e que proporcionam proteção a diversas espécies vegetais e animais.

ESTUDOS DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO, USO SUSTENTÁVEL E REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA BIODIVERSIDADE 31 - ATUALIZAÇÃO: Portaria MMA nº° 9, de 23 de janeiro de 2007


Discussão sobre qual UC a área merece

A floresta tem esse nome porque de 1920 a 1960 produziu, com a exploração da crina vegetal dos Butiazais que existem entre Barra do Ribeiro e Tapes, no Rio Grande do Sul, a riqueza econômica do município.
Conforme o ambientalista Julio Wandam, calcula-se que a idade dos butiazeiros seja de trezentos anos. “Vários estudos comprovam a importância e necessidade de ações para a preservação e conservação desta floresta”, argumenta.
Para ele,a necessidade de avaliar o local, não só do ponto de vista ambiental, mas arqueológico, cultural, paisagístico, histórico e outros itens, é o que irá definir o grau de proteção e conservação, seja esta proteção integral ou sustentável; federal, estadual ou municipal.
Embora o otimismo prevaleça, Julio admite não tem ideia se as autoridades, sejam elas estaduais ou federais, assumirão a responsabilidade em criar essa UC, mesmo existindo evidências de sobra para tal objetivo.
Conflitos em relação a proteção e conservação 
O local possui uma rica biodiversidade com muitos recursos hídricos importantes conforme estudos do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), através do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN-FZB/RS). Foram pesquisadas 385 espécies de plantas, 220 de aves, 30 de répteis e 425 de cascudos.
Os biólogos encontraram um lagarto (Cercosaura ocellata petersi) julgado extinto.  E segundo os ambientalistas, o projeto sofre restrições por parte de produtores rurais da região, em matéria publicada em novembro de 2008, pelo jornalista Carlos Matsubara, divulgando o abaixo-assinado proposto por Os Verdes de Tapes. 
Os ambientalistas acreditam que o silêncio imposto sobre o tema na cidade, deve ao interesse de continuidade do modelo exploratório das terras junto a área à ser preservada, com plantações de eucaliptos, de arroz e as aplicações de agrotóxicos, modificações de ambientes e a cultura da pecuária, que está impedindo a floresta de se regenerar. O gado pisoteia e come os brotos dos nos pés de butiazeiros.

Em reportagem do Ambiente Já em 2008, sobre a repercussão das declarações dos ativistas, o segmento ruralista diz não ser contra a UC; “Se há a possibilidade de criar uma unidade de conservação é porque os produtores rurais tiveram a consciência da preservação ambiental", afirmou o assessor Ivo Lessa. Ele garante que os ruralistas irão respeitar o que for decidido com relação a Reserva Legal. Mas faz a ressalva de que é necessário respeitar a viabilidade produtiva das propriedades. "Defendemos que o Plano de Manejo e outros estudos científicos digam o que pode ou não fazer", disse. 

Ameaça dos Eucaliptos assombram Floresta de Butiazais 
Em estudo publicado no Jornal Ambiente Já, edição impressa de junho 2006, o Butiazal de Tapes aparece no primeiro item do mapa de estudos, como uma das paisagens naturais notáveis do Estado.
No mesmo ano e no seguinte, em 2007, a FEPAM negou Licenças Ambientais para plantações de eucaliptos, próximos ao local (click na imagens e amplie os mapas), pela existência de estudos comprovando a importância ambiental e de animais em vias de extinção.


Fonte: REDE Os Verdes

Com informações: FZB/RS, MMA/PROBIO, Zero Hora, Ambiente Já, UERGS/MP Tapes
Imagens: Zero Hora, FZB/RS, Ambiente Já, Rochele Prass, Larimar, UERGS, G1, Arquivo Os Verdes

3 comentários:

Fabirpm disse...

Estou quase concluindo o curso de Monitor Ambiental no IFRS, e sempre tenho interesse em tudo que diz respeito ao ambiente pena ñ poder participar desta audiência.

REDE Os Verdes disse...

Olá, uma pena mesmo, mas fique informada, através dos estudos e notícias que publicamos. Hoje, você pode não estar presente, mas amanhã quem sabe não estarás aqui realizando estudos na área.
Um abraço!
Julio

Dilmar Gomes disse...

Tenho grande interesse pelo assuntos relacionados a Tapes, esse pedacinho de paraíso junto da lagoa. O Butiazal é lindo e necessário. Pena que não hajam mais Butiazais no estado, no país, no mundo...
Um abraço deste tapense exilado.