Comitê Nobel 'entrega' prêmio a dissidente chinês e pede sua libertação
Liu Xiaobo está preso e não foi à cerimônia; cadeira vazia mostra 'como prêmio é apropriado'
Simbólico. Cadeira vazia e retrato de Liu Xiaobo representam sua ausência.
OSLO - O Comitê do prêmio Nobel da Paz realizou no início deste mês (10/12), a cerimônia de entrega da premiação em Oslo, na Noruega, sem a presença do laureado, o dissidente chinês Liu Xiaobo, que está preso. O presidente do Comitê, Thorbjoern Jagland, exortou a China a libertá-lo.
Liu, um dos líderes dos protestos da Praça de Tiananmen de 1989 e autor principal da Carta 08, um manifesto pedindo reformas democráticas no país, foi condenado a 11 anos de prisão por subversão do poder do Estado. Sua presença na cerimônia foi representada por uma cadeira vazia, onde foram colocados o diploma e a medalha geralmente entregues ao laureado.
Jagland fez um longo discurso, no qual lembrou de outras ocasiões em que os laureados não puderam ir a Oslo, como em 1991, quando a ativista birmanesa Aung San Suu Kyi, então presa pelas autoridades, foi laureada, e no caso do ex-presidente polonês Lech Walesa.
Ele reiterou que a concessão do prêmio para Liu não tem o objetivo de criticar a China e disse que "intenção do Comitê Nobel foi mostrar a relação entre os direitos humanos, a democracia e a paz". Pequim criticou o Comitê e a Noruega por conta da decisão e chamou a cerimônia de "farsa ocidental".
Jargland pediu a libertação de Liu e afirmou que sua ausência na cerimônia, assim como a reação do governo chinês, mostram que o prêmio era "necessário e apropriado". Ele ainda pediu uma maior abertura do regime chinês. "A China ficará mais forte se seu povo tiver direitos civis. Se a China conseguir se desenvolver economicamente e também socialmente em relação aos direitos humanos, o mundo e o país só têm a ganhar", afirmou.
Fonte: Estadão
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