É preciso identificar os responsáveis por este crime ambiental, diz SOS Rio dos Sinos
A mortandade de peixes ocorrida na última quarta-feira preocupa os integrantes do movimento ecológico, que pelas características dos animais, acreditam que tenha ocorrido lançamento de efluentos tóxicos no rio
Por Cristiane Cunda – cris@novohamburgo.org
Em decorrência da mortandade de peixes ocorrida na última quarta-feira, 08, a presidente do movimento ecológico SOS Rio dos Sinos, Dione Moraes, e o engenheiro químico, João Boss, estiveram na região do incidente coletando amostras e fazendo observações.
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“Fomos informados que havia grande quantidade de peixes mortos e presos nos remansos, além de muitos agonizando nas margens. Caminhamos um longo trecho pelas trilhas que margeiam o Rio e encontramos muitos peixes de várias espécies como traíras, jundia, cascudo e inclusive uma espécie de rã que possui um ferrão, todos estava agonizando”, conta Dione.
A presidente do movimento explica que utilizaram um tipo de análise diferenciada, com parâmetro em um organismo vivo. Com isso, retiraram da água algumas espécies para análise física e constataram manchas nos animais, que não estão presentes em peixes saudáveis.
“O objetivo era comprovar os resultados das análises citotoxicológicas realizadas com a água do rio após a mortandade ocorrida no início de novembro deste ano.
Algumas características como desorientação foram confirmadas pelos pescadores, que informaram que os peixes estavam perdidos e acabavam batendo nas margens do Rio. A respiração deles estava ofegante, a barriga inchada, sem causa aparente”, conta a presidente do SOS. Ela destaca que ainda é necessário aguardar os demais resultados das análises, que devem estar prontos na próxima semana.
Algumas características como desorientação foram confirmadas pelos pescadores, que informaram que os peixes estavam perdidos e acabavam batendo nas margens do Rio. A respiração deles estava ofegante, a barriga inchada, sem causa aparente”, conta a presidente do SOS. Ela destaca que ainda é necessário aguardar os demais resultados das análises, que devem estar prontos na próxima semana.
Outra situação também preocupa Dione, que afirma ter encontrado apenas peixes de porte pequeno, enquanto fazia a inspeção pelo Rio. Segundo informações que receberam no local, pescadores recolheram os peixes maiores, o que indica que pode ter sido para alimentação. “Na oportunidade, do outro lado do Rio, alguém com uma canoa recolhia alguns espécimes”, pontua.
CONSTATAÇÕES
Segundo a ambientalista a vazão de água do Rio dos Sinos está boa e o nível satisfatório, com correnteza bem forte, “o que chama mais atenção para o fato de ter ocorrido uma mortandade”, ressalta, lembrando que estas características deveriam ter mantido o nível de oxigênio suficiente para a vida das espécies.
Em um monitoramente realizado no dia 22 de novembro, Dione diz que o PH da água estava muito baixo e o nível de fósforo estava muito acima dos parâmetros considerados normais. Na ocasião, foram colhidas amostras de água próximo a captação de água da Comusa, no Arroio Luiz Rau (na ponte da Av.Pedro Dams Filho) e em São Leopoldo (em frente ao Clube de Regatas Humaitá).
Falta de oxigênio na água
Como citado acima, pelas características que o Rio se encontrava, e pela falta de oxigênio da água constatada, a presidente do SOS Rio dos Sinos diz que tudo leva a afirmar que tenha sido depositado no Rio uma grande quantidade de poluente “e com grande potencial de gerar impacto no meio ambiente aquático”, diz.
A hipótese se baseia nas constatações da água e pelos sintomas apresentados pelos peixes como hemorragia, desorientação e asfixia, o que contribui para a possibilidade levantada pela Secretaria de Meio Ambiente, em ter ocorrido lançamento de produtos de origem agrícola, utilizado nas plantações e descartado de forma ilegal.
Dione lembra que em 2006, ano em que houve grande mobilização pela morte de cerca de 90 toneladas de peixes, já havia sido flagrado um empreendimento de cultivo de arroz, que jogava a drenagem de suas lavouras diretamente no Rio dos Sinos
A ecologista espera que a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente tome as medidas cabíveis e “identifique os responsáveis por este crime ambiental, que coloca em risco a sobrevivência de todas as espécies que dependem do Rio”, ressalta. Ela ainda chama atenção para a frase ‘Rio do Sinos é o Rio das nossas vidas’, lembrando que toda a região depende dele para viver.
“É preciso produzir com ética e responsabilidade, respeitando a vida de todas as espécies”, finaliza Dione Moraes, com o slogan utilizado pelo SOS Rio dos Sinos.
Fonte: Novo Hamburgo.Org
Fotos: divulgação
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