Por Montserrat Martins
Um esporte que virou um negócio, assim eu via o futebol por suas cifras milionárias em contraste com outras profissões. Até fazer um curso do Sindicato dos Treinadores, uma semana só com ‘boleiros’ e suas vivências, com aprendizados que compartilho aqui.
Começando pela imensa maioria que está lá mesmo por paixão (“matando um leão por dia” como se diz), sendo os milionários uma exceção absoluta dentre os milhares de clubes e as dezenas de milhares de jogadores, país afora. Impressiona o grau de desenvolvimento científico nos mais diversos aspectos do esporte: tática, estratégia, preparação física, técnica, fisiologia e medicina do esporte, nutrição e psicologia aplicadas, etc. No tempo do Pelé, um atleta corria 6 km durante uma partida de futebol, hoje corre até 14 km, quer dizer, é cada vez mais uma atividade de alta performance, resultando em que “diminuíram” os espaços em campo.
Tudo isso gera a evolução do futebol como ciência, adquiri por exemplo um livro sobre “treinamento em espaço reduzido” cujo objetivo é simular situações de jogo e criar soluções para “abrir espaços”.
As coisas mudam de perspectiva, quando as compreendemos melhor. Não acho mais tão engraçado fazer piadas sobre Celso Roth, desde que, dentre os 40 alunos do curso, vários “boleiros” que foram jogadores dele o descreveram como um cara competente, trabalhador e estudioso. Não existe piada “politicamente correta” mesmo, mas o que mudou foi perceber o respeito a um conhecedor do assunto. Foi uma rara oportunidade de ver o futebol “por dentro”, diferente da posição do torcedor ou da mídia.
Seria bom compreender “por dentro” as coisas que fazem parte da nossa vida, das mais prazerosas – caso do futebol – até as mais dramáticas, como secas e enchentes. A burocracia que retarda o socorro federal não evitou o favorecimento a um Estado. Na região do Sinos, a população que vive a escassez de água ouve informações contraditórias sobre arrozeiros, que incluiriam “lavouras irregulares” e “captação ilegal”, mas que foram liberadas. para captar água do rio. Problemas climáticos, assim como o futebol, também são estudados cientificamente, com a diferença que estes conhecimentos científicos não vem sendo considerados, ainda, por quem toma as decisões.
Fonte: REDE Os Verdes/via e-mail
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