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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Falsa dicotomia ‘Conservação x Desenvolvimento’ embasa discussão do Código Florestal

Entrevista com Ariovaldo Umbelino sobre alterações do código florestal
Falsa dicotomia ‘Conservação x Desenvolvimento’ embasa discussão do Código Florestal
Escrito por Valéria Nader e Gabriel Brito
A julgar pela opinião dominante dos maiores veículos de comunicação, que por sua vez tendem a reverberar somente as vozes que não são dissonantes de sua visão massacrante, nós, brasileiros, estamos diante de novo impasse: ‘Conservação versus Desenvolvimento’. Não se trata esta da única ‘sinuca de bico’ imposta aos leitores por uma mídia maniqueísta, que prefere as velhas dicotomias, a exemplo da macetada ‘Estado versus Mercado’, a seguir por um caminho de maior reflexão sobre temas polêmicos.
O assunto agora em pauta são as mudanças em discussão no Código Florestal, especialmente no que diz respeito à redefinição das áreas de Reserva Legal e das Áreas de Proteção Permanente (as APPs) e à transferência para os estados do poder de legislar sobre elas, em detrimento da Federação.
Uma das opiniões mais divulgadas sobre o assunto vem sendo a do deputado pelo PCdoB Aldo Rebelo.
Coincidentemente, uma opinião em absoluta e inegável rota de convergência com os interesses dos ruralistas, poderoso grupo econômico em nossa nação, cujo poder de decisão frente às temáticas agrícolas e ambientais de nosso combalido Congresso tem sido uma evidência há vários anos.
Rebelo vem entoando acalorada argumentação em favor das mudanças no código como única forma de conduzir ao desenvolvimento, ao mesmo tempo em que invoca a existência de uma conspiração internacional contra as mudanças de modo a manter a Amazônia inexplorada e o Brasil atrasado.
Uma visão que, na opinião do geógrafo da USP Ariovaldo Umbelino, peca por sua absoluta improcedência, ao tratar a questão ambiental a partir somente da ótica social - como se a natureza não possuísse uma dinâmica própria, que pode conduzir a inomináveis e incontáveis desastres ambientais a partir de um uso inadequado.
Destes desastres, toda a humanidade dá a sua prova. Confira a entrevista a seguir.
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Fonte: APEDeMA/via ONG Biofilia

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