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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ausência do Estado permite destruição do ambiente

Destruições ocorridas em Santa Catarina. Invasões aliadas a falta de fiscalização, mais a corrupção em orgãos ambientais proporcionou desastre nas encostas dos morros
Ausência do Estado permite especulação imobiliária na Mata Atlântica
Agência Brasil
Comunidades caiçaras de Paraty, no sul fluminense, reclamam que condomínio de luxo na Praia do Sono restringiu o acesso ao mar. A falta de ações sociais de governos nas comunidades caiçaras, quilombolas e indígenas situadas na faixa litorânea entre Angra dos Reis (RJ) e Ubatuba (SP) favorece a instalação de empreendimentos por meio de práticas violentas de expulsão de povos tradicionais e, muitas vezes, de destruição do meio ambiente.
A avaliação é do presidente do Fórum de Comunidades Tradicionais da região, Vagner do Nascimento, que procura articular as mais de 100 comunidades caiçaras (mistura de negros, índios e colonizadores), sete aldeias indígenas e oito núcleos de remanescentes de quilombos para reivindicar o cumprimento de seus direitos.
“As comunidades têm seus valores e suas tradições. Querem se manter em seu local de origem, mas com condições mínimas de sobrevivência. Ainda falta escola, energia elétrica, médicos. O que dificulta muito. Estamos indo para 2010, e as pessoas não têm condições de se manter como seres humanos”, diz Nascimento.
Membro da comunidade quilombola de Campinho da Independência, Ronaldo dos Santos, que participa do fórum, lembra que a construção da BR-101, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo, na década de 1960, atraiu uma série de investimentos na região, que não foram acompanhados pelo desenvolvimento social. Dessa maneira, muitas comunidades foram violentamente expulsas de suas áreas por grileiros e jagunços, relatam moradores de Vila Oratória. Elas vivem impasses com grandes condomínios ou brigam com órgãos ambientais para manter suas atividades tradicionais, como coleta, pesca e caça.
“A falta de infraestrutura favorece a especulação imobiliária. O cara quer ir embora para estudar, para trabalhar”, afirma Ronaldo. “O problema é que as pessoas são simples. Acham que vendendo suas casas terão condições de sobreviver na cidade, sendo que o pagamento mal dá para custear o aluguel de três meses. Daí, acabam nas periferias [dos centros urbanos]”.

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