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sábado, 2 de abril de 2011

Um elefante incomoda muita gente, Um lixão com 4 anos sem licença ambiental e 28 anos de poluição, incomoda muito mais

 Um elefante incomoda muita gente 
Um lixão com 4 anos sem licença ambiental e 28 anos de poluição, incomoda muito mais

Vaca bebe chorume
Esta é a situação e os incomodados apelam para expedientes nada éticos, no mínimo, quando utilizam o problema demandado pela incompetência alheia que permitiu com a barriga, com o pé e outras partes do corpo da administração pública para chegar aonde chegou, na iminência de multa e despesas “indesejadas” que “comprometerão os investimentos sociais”. 
Esse vai ser o Mantra e choradeira parecida com aquela “lenda do cofre vazio” que recebi “do outro que me antecedeu”, e depois a gente escuta isso sempre, o resto do mandato. 
Certo dia uma senhora me parou na rua para perguntar “em que pé estava a situação do lixão” e lhe respondi que depois de ficar sendo chutada para lá para cá a Ação Popular e ter sido empurrada pela barriga durante mais de 4 anos (em que se encontra sem licença ambiental e poluindo), agora estava na mão da Juíza de Tapes (se presume) para que a sentença seja dada, em favor do meio ambiente e da legalidade dos documentos do direito ambiental e da própria constituição. 
Chorume corre pelo campo
A poluição continua e o chorume escorre pelo campo de butiazeiros, sendo depositados os lixos sem a devida cobertura, ocasionando maiores danos ao ambiente em 28 anos de existência de uma chaga purulenta em meio aos butiazeiros de Tapes. 
Desde 2005, quando da assinatura do segundo TAC, este em outubro daquele ano, a situação tomou um rumo “estranho” à todos os tipos possíveis de entendimento e de procedimentos legais existentes. 
Aprovada as pressas em junho de 2006, um parecer em que o COMPEMA permitia e informava ao Ministério Público da cidade, que autorizava a continuidade dos despejos de lixos no Lixão da Camélia, teriam assim garantido um “amém”, que nebuloso ficou até o ano de 2010 quando a Prefeitura falou em licença verbal, autorização verbal e até mesmo escreveu num papel público ter recebido “anuência” do MP da cidade, para com os despejos de lixos de forma irregular no lixão. 
Cinegrafista da Band filma chorume
Claro que o MP de Tapes se manifestou e negou ter dado “anuência” para a continuidade do crime ambiental, tendo então interditado pela quinta vez o lugar, desde 2000. 
O fato de o lixão ter 28 anos, e estar na hora de ser fechado, é justamente por causa dos artifícios utilizados para ludibriar e manipular a solução da situação, quando durante mais de 4 anos iludiram a todos, inclusive as autoridades com promessas de aterros sanitários, que poderiam ser “lixões” disfarçados, maquiados, o comum na região. 
Enquanto se utilizam de meios para barrar o Tsunami iminente de retornos previstos, frente ao descaso governamental durante duas décadas na questão ambiental, posso afirmar que existe um abismo entre a solução e a vontade política que isso mude, pois o que mais houveram foram promessas de que alguma mudança ocorreria, que em verdade, jamais existiram. 
Chorume acumulado nos buracos
As obras que “do nada surgem” e para “o nada servem”, que estão localizadas nos bairros da cidade, mostram o quanto dinheiro público poderia ter sido investido de forma “mais caseira, proba e útil ao povo” do que prometer obras para espanhol e indiano pensar que vale a pena. É o caso então, de serem cortados investimentos absurdos em Parque Temático de Cidade de Cavalos, Marina Pública, Energia Eólica, Ciclovia de 100 metros e de 100 mil que nunca chegaram, Bosque Municipal que hoje está abandonado desde 2005, antes mesmo de ser inaugurado o “Projeto de Bosque” que jamais existiu, mas que beneficiou a iniciativa privada com um público fiel que veraneava no Camping Municipal; e outros Monumentos que foram erguidos e já são considerados por uns (uma meia dúzia) como as 9ª (nonas) Maravilhas do Mundo e para muitos como obras de um passado longínquo, como as Cidades Perdidas e seus prédios destruídos pelo tempo, cheio de mato e rachaduras milenares. 
Em meio aos butiazeiros que restaram, um lixão fédido e poluente
Não acusem de ser “o problema” aquele que deu causa à fazer uma Ação Popular contra aquela vergonha de lixão e obviamente contra a Prefeitura Municipal de Tapes e não “contra o povo de Tapes” e o dinheiro do cofre público. O que gerou esta situação foi a incompetência e o sentimento de impunidade que se mantém, mesmo com a situação no extremo dos extremos mostrando que as irregularidades e ilegalidades são flagrantes e criminosas, com a continuidade de crianças em meio aos lixos do Lixão na Camélia, com o chorume acumulado extravasando pelo campo, e lixos espalhados pelos campos dos vizinhos àquela produção de poluição sem cabimento, com o governo sempre usando expedientes nada convincentes para atestar o contrário. 
Caminhão despeja os lixos
Usarem de “cortes” em políticas sociais, soa como atestado de incompetência ao assumirem que chegou no fim da linha e que o prejuízo para pagarem pelo crime ambiental será tamanho. 
Aguardamos, como sempre aguardamos a sábia decisão da Justiça, que em nenhum momento deixou de asseverar a necessidade de solução, mesmo que isso não esteja nos planos da administração pública, que amarrou a solução a um negócio bem lucrativo que queriam trazer para a cidade vizinha que não quis, e depois para Tapes e quando da negativa da população, que colocou uma pá de cal no assunto, ficou mais de dois anos empurrando a promessa de aterro sanitário, sendo até mesmo a desculpa na rede de televisão que lhe entrevistou. Os fatos se atestaram gravíssimos quando se mostrou que jamais foi adotada medida legal e jurídica para confirmar as promessas de solução feitas para a Justiça, quando entra em cena atrasada (...), a FEPAM que veio em Tapes após denúncia em setembro de 2010, mesmo sabedora das irregularidades desde 2005. 
Entre estes, os lixos perigosos
Assim, está a Prefeitura autuada e multada pelo órgão ambiental, com prazos já descumpridos na sua totalidade e duas audiências realizadas na Justiça da Comarca para sentenciarem a parte Ré no processo movido para acabar com aquela poluição tamanha e perigosa. Estamos esperando que seja fechado aquele local insalubre e que a Prefeitura “resolva da pior forma”, pois quando tiveram a oportunidade de “resolverem pela melhor forma”, optaram pela “malandragem” de acreditarem que no mundo, “só tem coitados, analfabetos, serviçais e Mané”. 
Por Julio Wandam 
Ambientalista

Um comentário:

Paulo Ikeda disse...

Caro Julio, parabéns pela matéria, também vale para todas as demais..., e a nível Brasil.