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sexta-feira, 16 de julho de 2010

DENÚNCIA CONTRA FAZENDA DE GUILHERME LEAL É UMA FARSA

 DENÚNCIA CONTRA FAZENDA DE GUILHERME LEAL É UMA FARSA 
O Blog do Gusmão ficou intrigado com a denúncia envolvendo o empresário Guilherme Leal, sócio da gigante dos cosméticos, Natura, acusado de devastar áreas protegidas pela legislação ambiental. Como pode uma pessoa que tanto prega o desenvolvimento sustentável, cometer tamanha contradição? 
Decidimos visitar a fazenda que foi “alvo” de uma reportagem elaborada por profissionais simpáticos à causa da BAMIN. Mantivemos contato com pessoas ligadas ao administrador do empreendimento e descobrimos que ele já estava convidando jornalistas para que fossem ao local. Não fomos de helicóptero (quem pagaria?), decidimos ir de carro para conferir “in loco”. 
O que vimos ontem (quarta-feira/14), de perto, não bate em nada com as informações amplamente divulgadas pela blogosfera regional.
Guilherme Leal comprou a área há cinco anos, que era propriedade de um italiano conhecido como Federico, dono da CAMPARI (fabricante de bebidas alcoólicas). Mede 78,4 hectares (bem menos do que os 200 divulgados) e tinha plantações de abacaxi nos espaços sem vegetação típica.  O empreendimento é residencial, sendo assim, segundo a legislação, não é passível de um EIA-RIMA. 
Área de manguezal totalmente preservada. Dentro da propriedade não ocorreram aterros
Toda a construção, segundo relatório entregue pelo administrador (preferiu não se identificar) ao IBAMA, ao todo, ocupa apenas 0.48 hectare, bem menos do que os 3% permitidos pela lei. Tudo, absolutamente tudo, foi realizado buscando uma harmonia máxima com a natureza, adequado ao conceito de sustentabilidade. Áreas antropizadas foram aproveitadas, sem que fosse necessário derrubar o que restou da mata nativa. 
Área reflorestada. Observe com atenção. Fotos aéreas não conseguiram captar as mudas de árvores nativas, plantadas há pouco tempo
As casas e os bangalôs (9 no total) foram erguidos com madeira certificada ou reutilizada (adquirida em demolições). Apenas uma pequena instalação foi construída com cimento, devido às exigências da COELBA. Atraiu a nossa atenção, o cuidado com algumas árvores que permaneceram intactas, apesar das construções. Veja as fotos. 
Árvore preservada na parte interna de um bangalô
Troncos de árvores como parte do telhado de piaçava
O tráfego de carros movidos por combustíveis convencionais só é permitido até a entrada. Para ter acesso às instalações, o transporte é feito através de carros elétricos. 
Carros elétricos, os únicos autorizados a circular pela fazenda
As áreas “abertas” estão sendo reflorestadas com árvores e plantas nativas (aroeira, araçá, pau-brasil e etc). 
Muda em estágio avançado de crescimento, comprada no sul do país
Toda a água utilizada vem das chuvas, armazenada através de um sistema que faz a captação a partir dos telhados, encaminhando para um moderno sistema de tratamento. 
Tanques que armazenam e tratam as águas das chuvas, reutilizadas na fazenda
A fazenda dispõe de sistemas de captação de energia solar que abastece, inclusive, chuveiros elétricos. Há dois geradores movidos a diesel, porém, o empresário está compensando o carbono emitido, através do reflorestamento de 50 hectares, em outra propriedade, cuja  área devastada pelo proprietário anterior foi bem maior.  
Sistema de aquecimento de água através da energia solar
Todo o esgoto é jogado em fossas sépticas, elaboradas em três compartimentos. O primeiro, na parte superior, recebe os resíduos dos vasos sanitários. O segundo, na parte inferior, é preenchido com pedriscos, e recebe do primeiro compartimento, o material  já decomposto por bactérias existentes em nosso organismo. Em seguida, os dejetos sobem, sendo filtrados pelos pedriscos, passando para o sumidouro (compartimento três) que junto com a água das pias (previamente decantada) são devolvidos ao solo. 
Fossa séptica. Esgoto armazenado e tratado em três compartimentos
Algumas fotos aéreas tentaram denunciar supostos espaços devastados. Segundo o administrador, no local foram enterrados dutos para a passagem da fiação elétrica, originada da Coelba. O objetivo é evitar o uso dos geradores. Em volta das bromélias, tidas como uma espécie de “camuflagem” pelos denunciadores, foram plantadas mudas de árvores nativas, algumas em tamanho avançado, compradas no sul do país. 
Dutos para a fiação elétrica
O empreendimento utiliza mão de obra do distrito de Serra Grande (Uruçuca), no total, 108 trabalhadores estão empregados. Setenta na fase  de construção e trinta e oito fixos .
A fazenda, por ser um projeto sustentável, é objeto de pesquisa de estudantes do curso de Biologia da UESB (universidade estadual do sudoeste da Bahia), de Vitória da Conquista. Em contrapartida,  a instituição prometeu um estudo sobre o estuário do Rio Tijuípe, que, por não passar em zonas urbanas, não tem poluição.
Guilherme Leal e o Instituto Arapyaú de Educação e Desenvolvimento Sustentável, através de um diagnóstico participativo com a comunidade de Serra Grande, estão viabilizando um plano de referência urbanística para o distrito.
Toda a documentação foi entregue ao IBAMA, que mandou fiscais ao local. O proprietário não foi multado, e sim, notificado a prestar esclarecimentos. Técnicos da secretaria estadual de meio ambiente e do CRA estiveram na fazenda e fizeram elogios ao projeto. Neste momento, uma equipe está trabalhando para provar à opinião pública que o projeto está totalmente adequado à legislação ambiental. O autor da denúncia provalmente responderá a um processo no judiciário.
Uma equipe do jornal A Tarde esteve no local. Segundo relatos, todos perceberam que se tratava de uma “fria”, pois o que encontraram não correspondeu ao “estardalhaço” divulgado.
O Blog do Gusmão não foi contratado para produzir esta matéria.

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