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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Humor, negócio de futuro

 Humor, negócio de futuro 
Por Montserrat Martins 
Vou adivinhar qual é o seu time, se for gaúcho: é um cuja torcida, em 2011, pressionou até derrubar o Celso Roth. Personagem já folclórico no sul, um misto de "Dom Casmurro" com Analista de Bagé dos técnicos, aparecia no site de humor O Bairrista como “autor” de uma coluna de esportes, “assinada” por Celso Juarez. Os negócios imitam a arte: agora, a RBS o contratou para escrever o Blog do Roth. O Bairrista escreveu, na sua “despedida” aos leitores, que “a proposta foi irrecusável, vou poder contratar meus volantes apenas com meu ordenamento como colunista”. 
Senso de humor é cada vez mais um negócio, que cresce proporcionalmente ao estresse dos aglomerados urbanos. É uma necessidade fisiológica e influi na própria saúde, como comprovado por pesquisas médicas. Psiquiatras americanos estudaram os modos como ele influi no senso crítico, permitindo através do “non sense” a liberdade a pensamentos não convencionais. Um dos grandes problemas do pensamento depressivo, por exemplo, é a falta de perspectivas alternativas, levando a pessoa a ficar “presa” a padrões estabelecidos supostamente pela “sociedade”, tal como ele a percebe. 
Uma análise científica sobre a eleição do Tiririca teria de considerar também o humor como uma das necessidades das pessoas, ao lado do lazer, da arte e da cultura, além é claro das tidas como as mais básicas, (saúde, segurança, educação). Lembrem que ele foi convidado por uma frente partidária, governista, e ajudou a eleger vários outros candidatos da sua coligação. Deixando de lado os tipos mais folclóricos, doses de humor são necessárias em todas situações sociais. O sucesso de Lula como político deve muito ao fato dele ser naturalmente espirituoso. 
O simples sorriso, em si, já abre portas. Os autores de “Linguagem Corporal”, Alan e Barbara Pease, assinalam que a pessoa que sorri espontaneamente cativa, pelo fato de passar uma imagem não ameaçadora para as demais. Isso seria institintivo, uma reação biológica, pois quem agride está no estado oposto ao espírito “desarmado” do sorridente. Quem resiste ao sorriso da Manuela D'Ávila, além do Fortunati? 
O Aldo é persona non-grata entre ambientalistas, por suas posições sobre o Código Florestal, a Manuela desconversa sorrindo e não se fala mais nisso. 
Claro, existem sorrisos falsos e as pessoas estão cada vez mais sensíveis a isso, seja na sua vida afetiva, social e até politicamente.
A evolução civilizatória traz em si o senso crítico e muitos já cansaram de ser enganados com “simpatia” e falsas promessas. Aliás, o livro citado analisa as características físicas que permitem identificar os falsos sorrisos, mas isso fica para quem quiser se aprofundar no assunto. São aquelas expressões faciais que os atores usam nas novelas, no papel de vilões, só que mais sutis e disfarçadas na vida real. Enfim, o senso de humor e seus correlatos – do irônico ou folclórico, até o absurdo – é instrumento de sedução cada vez mais presente nas propagandas, filmes, conquistas pessoais. Já virou coisa séria há muito tempo, mesmo sem ser estudado nas faculdades (aliás, a empatia também não é), quer dizer, é sem dúvida um negócio de futuro.
Fonte: REDE Os Verdes/via e-mail

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