Em artigo de LEANDRO FONTOURA leandro.fontoura@zerohora.com.br
Com o ingresso da petista histórica Marina Silva nas fileiras do PV, os verdes gaúchos vislumbram o crescimento do partido, que soma apenas 5,6 mil filiados no Estado. Antes, a sigla terá de administrar uma disputa interna pelo comando da executiva estadualSe quiser conhecer seus novos companheiros de legenda com mandato no Rio Grande do Sul, a senadora Marina Silva (PV-AC) terá de ir a Lagoa Vermelha, no norte gaúcho, ou a Gravataí, na Região Metropolitana.
Com o ingresso da petista histórica Marina Silva nas fileiras do PV, os verdes gaúchos vislumbram o crescimento do partido, que soma apenas 5,6 mil filiados no Estado. Antes, a sigla terá de administrar uma disputa interna pelo comando da executiva estadual.
Os dois municípios abrigam os únicos dois vereadores da sigla no Estado e, na primeira delas, o único vice-prefeito. A falta de estrutura partidária será uma das barreiras de uma eventual candidatura da senadora à Presidência da República em 2010.
Depois de abandonar o PT, Marina assina neste domingo filiação ao PV, legenda criada em 1986 no Rio de Janeiro por ecologistas, escritores e artistas. A sigla tem hoje vereadores espalhados por 28 das 92 cidades fluminenses e, em 2008, quase conquistou a prefeitura da Capital com a candidatura do deputado federal Fernando Gabeira. Em São Paulo, os verdes já administram 23 municípios.
No Rio Grande do Sul, o PV não tem prefeitos, cadeiras na Câmara de Porto Alegre nem deputados estaduais ou federais. Para Ricardo Canabarro, verde desde 2000 e vereador de Gravataí, sétimo maior colégio eleitoral gaúcho, a resposta para o acanhamento do partido está na trajetória errante. Na última disputa pela prefeitura de Porto Alegre, em 2008, a sigla apoiou a candidatura da deputada federal Luciana Genro (PSOL). Já na eleição anterior, em 2004, o PV havia abraçado o ex-governador Jair Soares (PP).
– Fomos da extrema direita à extrema esquerda. Os simpatizantes não entendiam esses movimentos. Precisamos ter um norte – diz Canabarro.
Marina afirma desconhecer as realidades regionais da sigla. A senadora diz acreditar na disposição dos líderes do PV em fazer uma revisão do programa e uma reestruturação do partido. O novo PV deve trocar o discurso de defesa do ambiente pela bandeira do desenvolvimento sustentável.
– Tenho a consciência de que temos problemas em várias regiões do país e clareza de que tenho muito trabalho pela frente. Vamos colocar o desenvolvimento sustentável como questão estratégica e nos esforçar para que o PV tenha filiados comprometidos com o programa e o Brasil que a gente quer construir – afirma a senadora.
Pré-candidato a deputado estadual, Canabarro completa:
– O PV sempre foi um partido com cara de ONG e agora amadureceu. Vamos propor construir sem destruir.
Fonte: Zero Hora (30/08/09)
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