As ameaças entre índios e fazendeiros aumentaram depois que os manifestantes ocuparam uma fazenda no município de Buerarema, no sul da Bahia.
Mesmo depois de a Justiça ter determinado a reintegração de posse, os índios permanecem no local. “Nós não saímos da terra. A gente morre aqui. Eles não vão viver o resto da vida aqui. Nós não. Nós precisamos da terra para viver o resto da vida aqui dentro”, falou José Aelson Silva, integrante do grupo.
Com medo, muitos produtores rurais estão deixando a região.
No último conflito, houve troca de tiros e pelo menos quatro pessoas ficaram feridas. Na estrada que dá acesso à fazenda ocupada pelos índios foi encontrado um carro incendiado.
Apesar das evidências e do clima de hostilidade, os dois lados negam que estejam armados. A suspeita de que a cidade também seria invadida pelos índios mobilizou vários agentes federais, que fizeram bloqueios em estradas rurais e revistaram veículos em busca de armas.
Cerca de três mil índios vivem entre os municípios de Buerarema, Una e Ilhéus. A violência na região cresceu depois que a Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou um parecer de reconhecimento de território. A tribo teria direito a 47 mil hectares, quase dez vezes mais do que a área que ocupa hoje de cinco mil hectares. O laudo da Funai é contestado pelos fazendeiros. “Foi um relatório feito aleatoriamente, sem consulta às partes que aqui vivem”, disse o fazendeiro Alfredo Falcão.
A área em disputa reúne mais de 600 propriedades. A maioria produz cacau. O laudo da Funai que reconhece que a terra pertence aos índios foi publicado no segundo semestre do ano passado.
Fonte: G1
Em Rede: Ambiente Brasil
Imagem: Pimenta na Muqueca/Internet
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