O prefeito de uma cidade japonesa que realiza uma caça anual de golfinhos protestou contra a entrega do Oscar de melhor documentário a um filme que trata desse assunto
"The Cove", que já havia vencido vários outros prêmios, acompanha um grupo de ativistas que enfrenta policiais e pescadores para chegar a uma pequena baía em Taiji, no sul do Japão, onde mostra o sangrento abate dos golfinhos."Acho lamentável que o filme apresente como fato material o que não se apoia em provas científicas", disse o prefeito Kazutaka Sangen em declaração divulgada por fax.
Ele enfatizou que a caça é legal no Japão, e pediu respeito às tradições. "Há uma variedade de costumes relacionados à alimentação, dentro e fora deste país. Uma atitude de respeito mútuo é necessária, com base na compreensão em tradições antigas resultantes desses costumes e nas circunstâncias que os cercam."
O filme, dirigido por Louie Psihoyos, ex-fotógrafo da National Geographic, foi pouco visto no Japão. Hans Peter Roth, coautor de uma versão em livro de "The Cove", disse que o Oscar contribuirá com a discussão, mas lamentou que a caça aos golfinhos não irá parar no futuro próximo.
"Acredito fortemente que esta mobilização internacional realmente coloca um pouco de pressão sobre essa cidade", disse ele à Reuters, falando da mesma região onde ocorreram as filmagens.
"E tenho medo de que eles não parem a caça ao golfinho nos próximos anos, por acharem lucrativo vender golfinhos vivos para áreas de golfinhos." Filme no Japão - Uma distribuidora japonesa disse na semana passada que uma versão ligeiramente modificada de "The Cove" deve ser lançada nas grandes cidades japonesas em maio ou junho.
Os rostos dos pescadores serão apagados, e será incluída uma nota dizendo que há discordâncias sobre os níveis de mercúrio na carne de golfinho que é vendida em açougues e até servida na merenda escolar na região. Muitos japoneses acham que o filme foi exagerado. "É claro que sinto pena dos golfinhos, mas também é verdade que desde a antiguidade a humanidade sobrevive comendo animais e plantas", disse o universitário Masaaki Kibe, de 24 anos.
"Mas também concordo que tal investigação é necessária, então é muito difícil dar uma opinião firme."
Fonte: G1
Em Rede: Ambiente Brasil
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