Louro é plantado no terreno da Agapan, que teve Sede destruída
Manifestantes repudiam situação ambiental do Estado e do país e secretário da Smic promete auxílio à reconstrução da Sede
Por Adriane Bertoglio Rodrigues/AgapanPlantio de uma árvore representa a indignação à toda agressão que ocorre no país
Indignação, força e união. Com estes propósitos, mais de 50 pessoas participaram de uma caminhada de apoio à Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) até a Sede, destruída na última segunda-feira, dia 6. A saída, da frente da Igreja Santa Terezinha, no bairro Bom Fim, prevista para às 10h30, foi conturbada.
Alguns manifestantes repudiaram a presença do secretário Valter Nagelstein, da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic). Eles criticaram a cedência, pela Smic, de alvará de funcionamento de uma pizzaria no local onde é a Sede da Agapan. Ao final do percurso, no local, hoje destruído, os manifestantes plantaram uma muda de Louro, espécie nativa, simbolizando firmeza.
“Vida longa à Agapan” e “Não vai ser hoje, nem amanhã, que vão podar a luta da Agapan”, aclamavam, durante a caminhada, organizada pelo PSol e PV, com apoio da Apedema, do Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba, do Ingá, da Amigos da Gonçalo, do Núcleo de Ecojornalistas do RS e do Fórum em Defesa do Código Florestal, com a proteção da Guarda Municipal. Além do apoio à Agapan, na responsabilização dos culpados pela destruição da Sede, os manifestantes reforçaram o repúdio à recente aprovação de modificações no Código Florestal Brasileiro.
“Nesse ato simbólico, de plantio de uma árvore, queremos registrar nossa indignação à toda agressão que ocorre no país”, afirmou Montserrat Martins, membro da Executiva do PV do RS. Para ele, a manifestação serve de força e união do movimento ambiental e dos partidos políticos que se opõem ao ataque ao meio ambiente. “Que nossa indignação a todo esse desmanche da natureza e das nossas legislações nos una ainda mais”, disse, ao cobrar medidas concretas de responsabilização dos responsáveis.
Para o vereador Pedro Ruas (PSol), “a concessão de alvará em área pública, pela própria Prefeitura, reflete a incompetência e a irresponsabilidade da gestão municipal”. Ruas analisa que a Agapan é mais do que um símbolo de 40 anos de preservação , cuja história é destruída por vândalos na busca do lucro. “A destruição não mata a luta dessa entidade. Pelo que a Agapan representa à sociedade, a reconstrução de sua Sede é imprescindível”, defende o vereador.
A manifestação foi acompanhada pelo compositor e cantor Raul Ellwanger que analisou a destruição da Sede como intenção de “machucar o pensamento ambiental”. Para ele, “a natureza já dá sinais das ações e das consequências do neoliberalismo, para o qual tudo é e pode ser resolvido pelo mercado”. Raul defende a Terra como um bem precioso, cuja preservação deve ser priorizada, “ao contrário de se permitir a voracidade em usar nossos bem naturais pelo segmento privado”.
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