Cérebro dorme mesmo acordado
Estudo com ratos mostra que neurônios "adormecem" mesmo quando os animais estão em vigília
Por Alessandro Greco
É sabido que falta de sono afeta o cérebro e traz problemas cognitivos, mas o mecanismo neurológico que leva a esta situação ainda é pouco conhecido. Um estudo com ratos mostrou que os responsáveis são os neurônios -- após um estado de vigília prolongado, partes do cérebro adormecem mesmo que o animal em si continue acordado.
Publicado na edição desta semana do periódico especializado Nature, ele mostrou que certos neurônios literalmente desligam após os ratos ficarem muito tempo acordados e que o tempo que eles ficam nessa situação aumenta conforme cresce o período de vigília do animal. “A descoberta mais interessante e inesperada do nosso estudo foi que os episódios de sono local ocorrem de forma independente em áreas específicas do cérebro”, afirmou ao iG Vladyslav Vyazovskiy, principal autor do trabalho e cientista da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. E completou: “Mostramos de forma conclusiva pela primeira vez que o sono começa localmente em neurônios individuais e que isto pode levar a déficits no comportamento típicos da privação de sono.”
O trabalho sugere que a unidade básica do sono é a atividade elétrica de um simples neurônio. “O argumento de que o sono é local está de acordo com as observações clínicas de sonambulismo e de outras perturbações do sono nos quais indivíduos entram em um estado entre o dormindo e o acordado,” afirma Christopher S. Colwell, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, em um artigo que acompanha a pesquisa.
Faltam, no entanto, ainda responder algumas questões em relação ao início do sono. Uma delas é quais são os mecanismos específicos que levam ao sono localizado. “Precisamos descobrir ainda o que exatamente inicia o processo do sono local em um neurônio particular em um momento específico no tempo”, concluiu Vyazovskiy.
Especial para o iG
Fonte: Último Segundo
Especial para o iG
Fonte: Último Segundo
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